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Ministro israelita prevê a anexação total da Cisjordânia após a vitória de Trump – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Nov 11, 2024

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O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, disse esta segunda-feira durante uma reunião do Partido Sionista Religioso que tanto Gaza como a Cisjordânia serão “para sempre retiradas” aos palestinianos, na sequência da vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais norte-americanas.

“Estávamos a um passo de implementar a soberania sobre os colonatos na Judeia e Samaria (Cisjordânia), e agora chegou o momento de o fazer”, disse Smotrich, que é também ministro-adjunto do Ministério da Defesa, responsável pelos assuntos civis na Cisjordânia ocupada, em declarações aos membros da coligação ultranacionalista, liderada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

“Hoje, existe um amplo consenso na coligação e na oposição contra a criação de um Estado palestiniano que poria em perigo a existência do Estado de Israel”, acrescentou, num discurso em que também qualificou os membros do movimento islamita palestiniano Hamas e de outras milícias pró-iranianas de “nazis”, opondo-se também ao fim da guerra em Gaza.

O governante de extrema-direita regozijou-se com a vitória do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais norte-americanas, realizadas na semana passada.

“Após anos em que, infelizmente, a atual administração [norte-americana] optou por interferir na democracia israelita e se recusou pessoalmente a cooperar comigo como ministro das Finanças de Israel, a vitória de Trump traz também uma oportunidade importante”, disse Smotrich, acrescentando que “2025 é o ano da soberania na Judeia e Samaria”.

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No final de maio, o exército israelita entregou poderes legais significativos na Cisjordânia ocupada a funcionários dos colonos liderados por Smotrich, numa ação que vários especialistas jurídicos descreveram como uma anexação “de facto”, já que o objetivo final passa pelo controlo direto dos territórios palestinianos pelo Governo israelita.

Smotrich afirmou também ter dado instruções à divisão de administração de colonatos do Ministério da Defesa e à administração civil do exército israelita na Cisjordânia para darem início à preparação das infraestruturas necessárias para ocupar a Cisjordânia.

Este ano já registou um recorde de apropriações de terras palestinianas, após Israel declarar mais de 2.300 hectares na Cisjordânia ocupada como terras do Estado, um mecanismo que utiliza, juntamente com a designação de reservas naturais e áreas de treino militar, para expulsar mais palestinianos e controlar o território.

A organização não-governamental (ONG) israelita Peace Now, que se opõe aos colonatos israelitas na Cisjordânia, declarados ilegais pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), condenou as declarações de Smotrich, afirmando que a anexação de territórios palestinianos “serve uma minoria messiânica e conduzirá ao desastre e à destruição, condenando Israel a um ciclo interminável de conflitos e guerras a que a maioria da população deseja pôr fim”.

Israel tomou o controlo da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental na Guerra dos Seis Dias de 1967 e, desde então, tem mantido uma ocupação militar deste território palestiniano.

O Governo israelita, liderado por Benjamin Netanyahu, promove uma política de expansão dos colonatos através do Conselho de Colonização de Israel, que é apoiado pelo exército no terreno.





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