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Após a vitória de Donald Trump e a perspetiva de uma queda significativa — senão o corte total — do apoio dos EUA à guerra na Ucrânia, aumentam os esforços conjuntos dos aliados, França e Reino Unido, para munir Kiev de armas e conseguir, antes da tomada de posse do novo Presidente, as autorizações norte-americanas necessárias para que as forças ucranianas possam disparar mísseis Storm Shadow em profundidade na Rússia.
Esta segunda-feira, Keir Starmer e Emmanuel Macron estiveram reunidos em França e debateram as hipóteses de Joe Biden, o presidente cessante dos EUA, ser persuadido a dar permissão à Ucrânia de disparar mísseis de longo alcance contra a Rússia. Como avançado pelo Telegraph, com base em fontes do governo britânico, há esperança em Londres de que Biden ceda finalmente na aprovação que Kiev tem procurado há meses, numa tentativa de garantir o seu legado de política externa antes de devolver o poder aos republicanos no país.
Em setembro, Washington pareceu começar a ceder aos esforços diplomáticos do Reino Unido, que tinha acabado ele próprio de ceder na autorização à Ucrânia para utilizar o armamento além do território ucraniano atacado pela Rússia. Antony Blinken garantia que os EUA continuavam a avaliar a possibilidade de levantar as proibições relativas aos mísseis.
“O que posso dizer é que nos temos adaptado e ajustado a cada passo e assim vamos continuar — portanto ainda não rejeitamos [a possibilidade] nesta altura”, afirmou o secretário de Estado norte-americano em entrevista à Sky News durante uma visita a Londres. Horas depois, à porta da Casa Branca, o Presidente Joe Biden confirmou que as permissões continuavam sob avaliação. “Estamos a trabalhar nisso agora”, disse aos jornalistas.
Biden “considera” e Blinken “não rejeita” levantar proibição sobre uso de armas ocidentais por Kiev
As promessas norte-americanas de ceder as permissões necessárias surgiram no mesmo dia em que o Reino Unido informou que iria levantar as restrições e permitir que a Ucrânia passasse a usar os mísseis de longo alcance Storm Shadow, que podem atingir alvos a 550 quilómetros, para atacar dentro da Rússia. Desde maio que França e também a Alemanha apoiam a permissão às forças ucranianas para usar as armas cedidas contra alvos dentro da Rússia a partir dos quais Moscovo ataca a Ucrânia. A palavra final é, no entanto, dos EUA.
No domingo, a Casa Branca confirmou que o Joe Biden vai entregar os quase seis mil milhões de dólares restantes de ajuda militar à Ucrânia antes que Donald Trump tome posse, a 20 de janeiro.
Biden dará ajuda restante de seis mil milhões em apoio militar à Ucrânia antes da posse de Trump
De acordo com Jake Sullivan, principal conselheiro de política externa de Biden, o presidente cessante também vai pedir ao novo Congresso e à próxima administração Trump, nos próximos 70 dias, que mantenham o apoio a Kiev, uma vez que “afastar-se da Ucrânia significaria mais instabilidade na Europa”. A intenção de Starmer e Macron é que além destes esforços internos, Biden dê um sinal para fora com a autorização à utilização dos mísseis.
Durante a campanha eleitoral nos EUA, Trump manteve a promessa que já tinha feito antes: garante que vai acabar com a guerra na Ucrânia em “apenas 24 horas” assim que chegar ao Salão Oval.
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O republicano nunca explicou, no entanto, de que maneira é que vai pôr fim ao conflito entre Kiev e Moscovo, que dura há dois anos e meio, mas já deixou no ar que pondera terminar com o apoio militar e financeiro norte-americano que tem sustentado o esforço de guerra ucraniano.