Lidiane Jones aterrou em Lisboa com o propósito de falar sobre a sua jornada até à liderança da aplicação de encontros Bumble, que comanda desde janeiro. Mas, antes de começar a falar da carreira, apresentou-se aos que a ouviam no palco principal da Web Summit como “uma rapariga brasileira dos subúrbios de São Paulo” que “nunca” sonhou ser CEO, especialmente de “uma empresa cotada”.
Sempre com um tom que a aproximava da audiência, a empresária recordou o “salto gigante” que foi ir para uma universidade nos Estados Unidos, após ganhar uma bolsa de estudo, e tornar-se engenheira de software. A sua grande inspiração, enquanto crescia (num “bairro pobre de São Paulo”) e ainda atualmente, é a sua mãe: “A minha mãe era empregada de limpeza, tinha três trabalhos, tentava conciliar tudo e eu pensava ‘bem, se ela consegue fazer isto, eu posso fazer mais, posso fazer melhor’”, conta.
Outra das inspirações de Lidiane Jones, esta mais recente, é Whitney Wolfhard, a fundadora do Bumble. “É incrível o que ela conquistou em 35 anos de vida. Temos construído uma grande amizade e parceria”, afirma, acrescentando que está “muito grata” por fazer parte de uma empresa que adora e cuja missão tem “orgulho” em representar.
Questionada sobre os sacrifícios que teve de fazer até chegar ao topo, com a moderadora da conferência, Danielle Belton (editora-chefe do Huffington Post), a partilhar que não teve filhos em prol da carreira, a líder do Bumble assume que é “extremamente cuidadosa” com o seu tempo. “Quando estou em casa, com os meus dois filhos e o meu cão, estou 100% presente, estou mentalmente presente. As notificações estão desligadas. Quando estou no trabalho, em diferentes locais com a minha equipa, estou 100% presente”, diz, salientando que descobrir o equilíbrio perfeito entre as duas coisas tem “exigido energia e tempo”.