O homem mais rico do mundo, que nasceu na África do Sul, vai chefiar um novo departamento encarregue de garantir a “eficiência governamental”. Trump anunciou na terça-feira que o cargo destinado ao dono da Tesla e da rede social X, que desempenhou um papel inédito na sua campanha, ao mesmo tempo que chamava para a sua administração o empresário Vivek Ramaswamy.
Este novo departamento não se trata de um ministério, pelo que estes dois “jokers” da nova administração não terão de ser aprovados pelo Congresso, nem sujeitos a uma avaliação de conflitos de interesses. Tecnicamente, não são considerados membros do Executivo de Trump. O The New York Times chama a atenção para o facto de Trump não ter esclarecido como é que Elon Musk poderá liderar esta nova agência sem criar esses conflitos de interesses. Isto dado que a SpaceX, do empresário norte-americano, garantiu mais de 10 mil milhões de dólares em contratos federais na última década.
Acresce que tanto a SpaceX, como a Tesla e outras empresas do universo Musk, como a Neuralink, são visadas em pelo menos 20 investigações ou processos judiciais levados a cabo por agências federais. Outro problema: o novo departamento tem a sigla em inglês “doge”, que remete para a criptomoeda que tem sido promovida por Musk, a dogecoin.
Trump indicou que o objetivo de Musk será eliminar “o desperdiço e a fraude massivos” incluídos nos 6,5 biliões (milhões de milhões) de dólares anuais da despesa pública. Musk defendeu, recentemente, um corte de dois biliões em gastos governamentais, o que seria um terço do total. Mas nunca explicou como poderia, ao certo, fazê-lo e em que agências ou departamentos pretende cortar. Na sua rede social, a X, defendeu que ter “99 agências federais é mais do que suficiente” (contabiliza que haja 428, atualmente).
Trump nomeia Elon Musk para liderar novo “departamento de eficiência governamental”. Multimilionário quer cortar 1/3 dos gastos do governo
“Uma ameaça à democracia? Nope, ameaça à burocracia!!!”, frisou. Musk garantiu que tudo o que o novo departamento fizer “vai ser publicado online para máxima transparência”. “Sempre que o público pensar que estamos a cortar em algo importante ou a não cortar em algo que desperdice [verbas públicas], digam-nos”, pediu. Haverá também uma “classificação” para os gastos “mais insanamente estúpidos do dinheiro dos vossos impostos”.
“Isto será extremamente trágico e, ao mesmo tempo, divertido”, finalizou.