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Duvivier e a arte gregoriana de “O Céu da Língua” – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Nov 24, 2024

Mas que espetáculo é este, afinal? Na dita folha de sala, Gregório descreve O Céu da Língua como um “anfíbio”, o que não é um bom princípio para mim, uma vez que me remete para o bicho-sapo e embora eu tenha medo de quase tudo o que é bicheza, este está no pódio olímpico das minhas cagunfas. Mas aos génios tudo se perdoa. “Um filho do stand up comedy com o circo pobre (…) pitadas de Ted Talk e meia-xícara de teatro musical.” Parece não fazer sentido nenhum, mas vai-se a ver e faz tanto sentido, que passa a ser de sentido obrigatório repor este espectáculo em breve, cujas sessões já estão, naturalmente, esgotadas. Não sou de intrigas, nem quero arranjar problemas a ninguém, mas sugiro que entupam o Instagram da H2N Culture Connectors, produtora cá do burgo responsável por este bonito objeto, com apelos inflamados por mais datas.

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O Céu da Língua é uma ode à língua portuguesa, obsessão confessa do autor, que acredita ser partilhada com o povo português. Gregório vai desenrolando um novelo sobre a língua portuguesa, o PT-PT e o PT-BR, o poder da palavra, o que ela nos dá e nos tira. Origem e metáfora, palavras moribundas e palavras renascidas. Palavras bonitas e feias, palavras que dão medo e outras que dão tesão, palavras… É comédia da boa, como seria de esperar, apesar de por vezes ser difícil rir, estando tão assoberbados com tudo o que acontece em palco. É um canhão da Nazaré de informação, que nos vai levando entre o sorriso rasgado, o “tá bem visto!”, o queixo no chão, o “viste o que o gajo fez ali?”, a gargalhada desbragada e o “Só queria passar 24 horas na cabeça deste gajo para perceber como é que aquilo funciona”. Se calhar, esta última sou mais eu, mas acredito que não estou sozinha.





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