Em declarações ao Observador, Miguel Quintas disse que, na sua opinião, parte dos “princípios liberais mais profundos” estão “muito afastados do rumo da IL”. “Deve olhar-se para as idiossincrasias internas no que toca à gestão própria e hierárquica do aparelho organizativo assim como à necessidade de reorientação estratégica política no espectro nacional”.
E quando fala em “idiossincrasias internas” está a referir-se, por exemplo, “às razões que levam as pessoas a sair da IL” e que, sublinha, “fazem muitíssima falta” ao partido, já que considera que “todos” são “poucos para defender o liberalismo em Portugal”.
“Estou a referir-me às inerências organizativas com e sem apoio estatutário que há muito deviam ter sido corrigidas; à transparência interna absolutamente fundamental para um partido que se queira chamar liberal; à comunicação com o eleitorado e com os membros porque todos somos iguais e assim queremos ser tratados”, explica.
“Finalmente, é preciso olhar para as políticas nacionais e para a coragem que é necessária ter para se assumir a defesa dos interesses de um futuro para Portugal e não se ficar refém da procura do voto útil e colagens a modelos destituídos de liberalismo e até, algumas vezes, “wokista”. A isto eu chamo: refundar”, explica o liberal que neste momento não é membro da IL, já que saiu quando foi afastado da candidatura à Câmara de Lisboa.
“Não quero com isto dizer que tudo está mal na IL. De forma alguma. Foi feito muita coisa e parte verdadeiramente boa. Mas não é o suficiente e o caminho dos últimos anos não deve ser seguido. Urge o tempo de mudança e em particular as cadeiras têm de mudar”, remata Miguel Quintas.