Numa altura em que surgem cada vez mais possíveis candidatos à Presidência da República, nomeadamente à esquerda, o ex-presidente da Assembleia da República Augusto Santos Silva mantém em aberto a possibilidade de ir a votos em janeiro de 2026. “Não me ponho de fora, nem para a assembleia de freguesia, nem para Presidente da República”, disse Santos Silva ao jornal Público,acrescentando que este “não é ainda o momento de decidir”. “Mas não me estou a excluir”, avisa.
O também ex-ministro socialista não desfaz o tabu em relação às presidenciais e vai repetindo os argumentos que utiliza há mais de um ano, quando foi confrontado com a questão sobre uma eventual candidatura à sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa — e não recusou ir a votos. Ao Público, Santos Silva reforçou a ideia de que o seu “objetivo pessoal” é que a sua área política tenha um “candidato único e forte”. Uma possibilidade que parece cada vez mais distante, à medida que se vão somando, à esquerda, nomes que não afastam a entrada numa corrida a Belém (Mário Centeno, António Vitorino ou António José Seguro) e que poderão voltar a dispersar os votos da área socialista, como aconteceu nas duas eleições ganhas por Marcelo Rebelo de Sousa.
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Santos Silva sublinha que tenciona “contribuir” para a escolha do perfil político correto do próximo candidato a Belém. “É preciso discutir não tanto a pessoa, mas o perfil”, defende o ex-presidente da Assembleia da República. Augusto Santos Silva considera normal que, nesta fase (a pouco mais de um ano das eleições presidenciais), é normal que comecem a circular nome de possíveis candidatos. “Nesta fase, é natural que se fale de várias pessoas”, sublinha.
Para além dos três nomes mais falados à esquerda, também à direita há vários possíveis presidenciáveis: Luís Marques Mendes, Pedro Santana Lopes, Paulo Portas ou Pedro Passos Coelho. Por fora, poderá correr o atual Chefe de Estado-Maior da Armada Henrique Gouveia e Melo — que, segundo apurou o Observador, não pretende continuar a exercer o cargo no próximo ano, ficando assim livre para se candidatar a Belém.