Um relatório da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) concluiu que existem assimetrias entre as escolas públicas em Lisboa e no Porto, com a proporção de alunos com Ação Social Escolar (ASE) a variar entre os 10% e os 70%, associado ao nível de escolaridade da mãe. Só em Lisboa, num universo de 82 escolas, 50% ou mais beneficiam de apoio e pelo menos cinco escolas têm mais de 80% dos alunos com ASE.
A análise foi feita no ano lectivo de 2022-2023 em escolas públicas do ensino básico e secundário. “Podemos encontrar escolas muito próximas geograficamente, mas muito distantes socialmente”, com Lisboa a figurar pior do que o Porto, citou o Jornal de Notícias.
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Sem identificar as escolas, a DGEEC revela que, no caso do 1.º Ciclo em Lisboa, há uma escola onde 91% dos alunos beneficiam de ASE e outra onde se registam apenas 7%. Em paralelo, as mães que não têm ensino secundário situam-se nos 85% e 3%, respetivamente. Quanto ao 2.º Ciclo, varia entre os 81% e os 7% e, no 3.º Ciclo, entre os 76% e os 5%. Há assim um “conjunto de escolas em que praticamente todas as mães têm o ensino secundário completo e em que apenas 8% das mães, ou menos, têm somente o ensino básico”.
Quanto ao Porto, o relatório aponta também que no 1.º Ciclo há uma escola com 77% dos alunos com ASE e outra onde são apenas 7%, com a percentagem de mães sem o secundário nos 89% e os 1%, respetivamente. No 2.º Ciclo, varia entre os 80% e os 12% e, no 3.º Ciclo, entre os 75% e os 8%. Em 46 escolas no Porto, 37% ou mais têm ASE e seis têm 70% dos alunos carenciados.
No ensino secundário, analisando as duas cidades, os alunos a beneficiar de ASE nos Cursos Profissionais varia entre os 56% e os 12%, em Lisboa, e entre os 69% e os 29%, no Porto, e nos Cursos Científico-Humanísticos varia entre os 45% e os 5%, em Lisboa, e os 41% e 12%, no Porto.
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