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Hyundai aposta em microfábricas de automóveis. Mas com cães – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Dez 16, 2023

Há décadas que os construtores de automóveis, depois de testar outras opções, constataram que as grandes produções reduzem os custos por unidade fabricada. Um dos exemplos mais conhecidos foi a Fiat com o Uno, sendo que a solução continuou a imperar até nos veículos eléctricos, como é o caso da Tesla em Xangai, de onde saem 750.000 Model 3 e Y por ano, com o objectivo de atingir um milhão em breve. Mas a robotização abre a portas a novas soluções e estratégias, com a Hyundai a defender as microfábricas, capazes de fabricar apenas 30.000 unidades/ano, mas com somente 100 empregados e… muitos cães robôs.

Hyundai e Tesla são dos construtores com maiores investimentos na área da robotização, os norte-americanos nos robôs de construção – adquiriram um fabricante alemão especialista em robôs capazes de posicionar peças nos veículos, soldá-las ou colá-las, estando igualmente a desenvolver o humanoide Optimus Gen 2 –, e os sul-coreanos nos robôs operacionais – compraram a Boston Dynamics, os maiores especialistas em robôs com formas humanoides ou com quatro patas. Ambos antevêem as máquinas a ajudar nas fábricas de automóveis do futuro, o que a Hyundai já consegue fazer hoje.

As microfábricas que os sul-coreanos defendem não são uma mera utopia, mas a mais pura das realidades, uma vez que o sistema já está a funcionar na mais recente fábrica da marca, em Singapura. Avançam os responsáveis que as grandes fábricas, com milhares de empregados e capazes de produzir centenas de milhar de veículos continuam a fazer sentido, dando como exemplo a Gigafactory Texas da Tesla, que produz 250.000 unidades a partir de uma área de 930.000 m2 e 20.000 empregados. Por comparação, a fábrica da Hyundai em Singapura, de onde saem exclusivamente veículos eléctricos como o Ioniq 5 e 6, produz anualmente 30.000 unidades num terreno com somente 87.000 m2 e 100 empregados.

Além do rácio 100 carros/empregado parecer aliciante, face aos 12,5 da Tesla no Texas (é de 37,5 em Xangai), resta conhecer os rácios de custos, que serão decididamente menos interessantes. Contudo, a Hyundai alega que próximo dos grandes centros urbanos, onde os terrenos são caros e a disponibilidade é menor, as microfábricas são a melhor opção.

A fábrica da marca sul-coreana em Singapura adoptou um tipo de produção em ilhas, ao longo das quais os veículos se deslocam, em vez da fabricação em linha e em contínuo das instalações com maior produção, com um nível de robotização muito elevado. E, ao recorrer ao cão robô Spot, a Hyundai passou a ter mais uma ferramenta ao seu dispor para controlar a linha de produção. Equipado com câmaras associadas a um sistema de inteligência artificial, o Spot pode confirmar a boa montagem de determinadas peças, avaliar as folgas e tudo o resto que pode confirmar o respeito das normas impostas pela Hyundai.

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