A Polícia Judiciária suspeita da existência de manipulação de provas e adulteração do auto de notícia após a morte de Odair Moniz, noticia o Expresso. Em causa está a informação, supostamente redigida inicialmente pelos dois agentes que perseguiram Odair Moniz, que deu origem ao comunicado da PSP que dava conta de uma tentativa de agressão com arma branca e que justificava a atuação do agente.
Ora, no dia em que Odair Moniz foi baleado estava com uma bolsa à cintura e, lá dentro, estaria uma arma. Porém, uma fonte judicial diz ao Expresso que não há qualquer imagem a provar que tirou a faca da bolsa e que, ainda assim, a arma foi encontrada no chão.
É exatamente por esta razão que a PJ está a investigar a hipótese de a arma ter sido “plantada” de forma a justificar os dois tiros com que Odair Moniz foi atingido e que levaram à sua morte.
De acordo com uma notícia da CNN desta quarta-feira, a PJ investigou a suspeita de uma possível falsificação naquele documento (assinado, de facto, pelos dois polícias envolvidos no caso) e concluiu que o agente que baleou Odair Moniz não poderá ter estado envolvido na redação do documento.
O primeiro fator a apontar nesse sentido é uma contradição simples: quando o documento estava a ser redigido, nas instalações da PSP, o polícia que matou Odair estava a ser interrogado na sede da PJ, em Lisboa. O segundo é o facto de o auto de notícia ter chegado à Judiciária ainda sem a assinatura desse polícia, apontado como autor do documento. Esta conclusão levará a investigação a focar-se também no papel da hierarquia da PSP numa eventual falsificação em torno do caso.
PJ contraria PSP: conclui que polícia que disparou contra Odair Moniz afinal não foi o autor do relatório