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“É óbvio que Trump compreende o que causa a escalada da situação”. Kremlin saúda críticas de Trump a Kiev devido a uso de misséis dos EUA – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Dez 13, 2024

A Rússia saudou, esta sexta-feira, a posição do próximo Presidente dos EUA, Donald Trump, que se opôs ao uso de mísseis norte-americanos pela Ucrânia contra o território russo. “A declaração corresponde plenamente à nossa posição, e a [sua] visão das causas da escalada [do conflito] também está em linha com a nossa (…) É óbvio que Trump compreende o que causa a escalada da situação”, elogiou o porta-voz do Kremlin (presidência russa), Dmitry Peskov, na sua conferência de imprensa diária.

Num artigo publicado na quinta-feira pela revista Time, o Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que se opunha “fortemente” à utilização pela Ucrânia de mísseis norte-americanos de longo alcance na Rússia, ao mesmo tempo que prometeu não abandonar Kyiv.

“Oponho-me veementemente ao lançamento de mísseis para centenas de quilómetros do interior da Rússia. Porque o estamos a fazer?”, questionou. “Estamos apenas a intensificar esta guerra e a torná-la pior”, defendeu Donald Trump, em declarações feitas a 25 de novembro, especifica a Time, antes do seu encontro com os presidentes francês e ucraniano, Emmanuel Macron e Volodymyr Zelensky, por ocasião da reabertura da Catedral de Notre Dame, em Paris.

A Ucrânia usou, nas últimas semanas, pelo menos quatro vezes mísseis ATACMS para atacar alvos na Rússia, o que levou Kremlin a prometer uma retaliação, já que o Presidente russo, Vladimir Putin, tinha apontado os ataques ucranianos em solo russo com armas ocidentais como uma “linha vermelha”. Os mísseis ATACMS têm um alcance máximo de 300 quilómetros.

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Questionado sobre as declarações de Donald Trump, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, órgão ligado à Casa Branca, afirmou quinta-feira que não quer “num bate boca” com o Presidente eleito sobre esta questão.

“A política do Presidente [Joe] Biden tem sido a de fazer tudo o que for possível para que a Ucrânia se possa defender, para que se e quando chegarmos às negociações, o Presidente Zelensky esteja nas melhores condições possíveis”, explicou John Kirby em conferência de imprensa.

Na sua entrevista à Time, Donald Trump referiu querer “chegar a um acordo” para resolver o conflito na Ucrânia, adiantando que “a única forma de chegar a um acordo é não desistir”, pelo que não pretende abandonar o apoio a Kyiv.

Para o Kremlin, porém, não há condições nenhumas de manter negociações com a Ucrânia, já que, segundo avançou a presidência russa, os “pré-requisitos não foram cumpridos”.

“Não queremos um cessar-fogo, queremos a paz, uma vez cumpridas as nossas condições e todos os nossos objetivos alcançados”, sustentou Dmitry Peskov, acrescentando que a principal condição de “pré-negociação” da paz é uma rendição da Ucrânia.





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