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A polícia de Israel começou a investigar dezenas de denúncias apresentadas contra Sara Netanyahu, mulher do primeiro-ministro israelita, por alegadamente ter pressionado procuradores e, pelo menos, uma testemunha-chave no âmbito do caso judicial em que Netanyahu responde por corrupção, noticia a imprensa israelita. Em causa poderão estar, segundo a lei do país, crimes de assédio a testemunhas e de tentativa de subversão de testemunhos.
Segundo as queixas feitas às autoridades, Sara terá tentado intimidado intervenientes relevantes no processo, nomeadamente, o procurador-geral do Estado de Israel Avichai Mandelblit, que receberam à porta de casa manifestações de membros do Likud, o partido de Netanyahu.
Hadas Klein, assistente pessoal de dois homens de negócios que terão subornado Netanyahu, é uma das principais testemunhas num dos casos contra o primeiro-ministro. Uma investigação do canal israelita Channel 12 News noticiou que Sara Netanyahu terá tentado pressionar Klein, incentivando pessoas a manifestarem-se à porta da sua casa, antes e durante o seu testemunho em tribunal. Membros do Likud também terão sido incitados pela mulher do primeiro-ministro israelita a publicar ataques na redes sociais contra esta testemunha.
Hadas Klein foi precisamente uma das autoras das queixas, tendo apresentado à Procuradoria-geral de Israel uma queixa contra Sara Netanyhahu, denunciando o que considerou ser uma campanha de difamação e ameaças contra a sua pessoa com o objetivo de enfraquecer o seu testemunho. De acordo com o Times of Israel, esta é apenas uma das dezenas de queixas apresentadas contra Sara Netanyahu.
Em Israel, assediar testemunhas e procurar subverter testemunhos são crimes que podem ser punidos com até três e sete anos de pena de prisão, respetivamente.
O jornal israelita cita uma fonte anónima — que será outro denunciante — e que afirma que as queixas apresentadas “são apenas o início”. “Está na hora de a polícia mostrar que ninguém está a cima da lei, qualquer que seja o seu apelido. A família Netanyahu não assusta ninguém, vamos trabalhar para que eles sejam levados à justiça”, afirmam.
Texto editado por Carlos Diogo Santos