“Este ano decidimos apostar na relações com a vizinha Espanha, principalmente, com a província vizinha de Castela e Leão”, disse à agência Lusa Nuno Coelho, da organização do festival, especificando que vai haver “uma banda e músicos de rua espanhóis, no cartaz”, para assim haver “maior aproximação entre os dois território ibéricos”.
Em palco, no sábado, vão estar as bandas Uxu Kalhus e Zíngaros. No domingo, o palco fica reservado para os mirandeses Trasga e os espanhóis Eskorzo. Haverá ainda tempo para músicos ibéricos de rua, e para a animação diurna que vão espalhar pelas ruas da cidade de Miranda do Douro.
Segundo Nuno Coelho, o Festival Geada está inserido nas celebrações do solstício de inverno, sendo uma manifestação cultural e social de grande relevância para Miranda do Douro e para a região transmontana.
Organizado pela Associação Recreativa da Juventude Mirandesa (ARJM), o festival vai já para a 14.ª edição e visa continuar a oferecer um conjunto diversificado de atividades que promovem a cultura, a língua mirandesa e as tradições locais, reforçando simultaneamente o desenvolvimento sustentável da região e a coesão social.
“Neste sentido, a edição de 2024 ambiciona não só manter a tradição, mas também elevar o festival a um novo patamar de inovação cultural e impacto socioeconómico, alinhando-se com as estratégias de desenvolvimento local e regional defendidas por entidades como a Câmara Municipal, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte [CCDR-N], entidades cuja associação procura trabalhar e ativamente criar parcerias e sinergias estratégicas”, indicou.
O Festival Geada, aposta ainda numa integração e criação de parcerias com associações e instituições locais, e com o grupo das Pauliteiras de Miranda do Douro, trazendo “uma nova dimensão à ARJM e, consequentemente, ao próprio festival, reforçando o compromisso de promover a cultura mirandesa de forma inclusiva e inovadora”.
“É de destacar a clara aposta na realização de múltiplas atividades centradas na dança, na cultura e na língua mirandesa que, indubitavelmente, irão enriquecer ainda mais a programação cultural do festival”, disse Nuno Coelho, ao mesmo tempo que sublinhou “a importância destes vetores como parte integrante da identidade da associação, da tradição local e da importância da promoção deste património imaterial para a região e para as suas pessoas”.
Para a ARJM, é importante que o Festival Geada se afirme como agente de coesão, ao envolver toda a comunidade e os visitantes numa “experiência imersiva”, com espaços de participação ativa para todas as faixas sociais e etárias.
De acordo com a organização, o festival gera um impacto económico positivo ao atrair visitantes e fomentar o comércio local, a restauração e a hotelaria e promove a sustentabilidade através da adoção de práticas ecológicas, como a promoção de produtos locais, a utilização de transportes públicos e o controlo da ‘pegada ambiental’ em termos de resíduos.
O Geada, que vai cumprir a 14.ª edição, tem como lema, em mirandês, “Bamos derretir l caraimbelo!” (“Vamos derreter o gelo”, em português), com o objetivo de se afirmar uma referência dos festivais de inverno no Norte de Portugal e no território raiano do interior.