Marcelo fez esta terça-feira um balanço rápido dos quase nove anos de mandato em Belém. No Barreiro, onde cumpriu a tradição de beber uma ginja na véspera de Natal, o Presidente da República mostrou-se satisfeito com a “aproximação do povo” a Belém e à figura do próprio Presidente e também com as “condições de diálogo” que considera ter criado e que permitiram que um primeiro-ministro — António Costa — tivesse governado durante oito anos e meio. Marcelo espera que Montenegro lidere para lá do seu mandato em Belém. “Como, aliás, o anterior teria durado se não tivesse tomado a decisão que tomou”, atirou.
No outro prato da balanço, em que pesam as questões que deixaram o Presidente da República menos satisfeito com o seu período em Belém, Marcelo aponta a dois fatores: pandemia da Covid-19 e as guerras, que arrastaram consigo a inflação.
“Não esperava a pandemia, não esperava as guerras. Ninguém esperava as guerras. Não esperava tantas crises económicas — durante a pandemia, depois da pandemia, depois da guerra, com a inflação que tivemos que ninguém imaginava”, diz.
“Portanto, essas crises somam-se e têm custos nos sem-abrigo, nos mais velhos. Têm custos que só não são maiores porque, felizmente, temos aguentado cá dentro. E por isso é que foi importante que a sucessão dos dois governos permitisse aprovar Orçamento do Estado para 2024 e, agora, o de 2025. Foram duas almofadas de segurança para este ano que está a acabar e o que vem. Mas o mundo é o mundo e a Europa e o mundo não estãoi fáceis”, rematou o Presidente da República.
Questionado sobre a longevidade dos governos de António Costa e sobre se espera que o Governo de Luís Montenegro se prolongue para lá de 2026 (altura em que passa a pasta ao seu sucessor), Marcelo atirou: “Acho que sim, que dura até ao fim do mandato. Como, aliás, o anterior teria durado até ao fim do meu mandato se não tivesse tomado a decisão que tomou. A minha função é garantir o mais possível a estabilidade.”