O novo secretário-geral do Governo, Hélder Rosalino, vai receber 15.905 euros por mês, o que significa que terá um vencimento bruto que é mais do dobro do primeiro-ministro. O valor foi avançado pelo Correio da Manhã e significa que o antigo secretário de Estado vai receber mais de 160% do que o valor definido na lei para o recém criado cargo. Hélder Rosalino pode ultrapassar o teto uma vez que a lei permite optar pelo vencimento de origem de consultor do Banco de Portugal. Também de acordo com a legislação quem vai ter pagar o vencimento do novo homem forte da organização do Governo é a instituição liderada por Mário Centeno.
O vencimento bruto do primeiro-ministro é, já depois do fim do corte de 5%, de cerca de 8.600 euros (6.145,49. de vencimento base e 2.458,20 de despesas de representação). O que significa que o líder do Governo passa a ganhar menos do que um secretário-geral que tutela.
O objetivo do novo órgão criado passa, precisamente, por poupanças na Administração Pública. Neste caso, o secretário-geral vai pesar zero na dotação para os gabinetes do Governo, uma vez que vai pesar no Orçamento do Banco de Portugal. Segundo o comunicado divulgado pelo gabinete do primeiro-ministro, a nova secretaria-geral de apoia ao Governo resulta da extinção de nove entidades por fusão na secretaria-geral, permitindo cortar em 25% o número de cargos diretivos e gerando, desta forma, uma poupança de cerca de 4,1 milhões de euros por ano ao Estado. “Além da maior eficiência de recursos e qualidade do serviço resultante da centralização de funções horizontais numa entidade única, as entidades setoriais ganharão maior foco e capacidade para as atividades específicas às respetivas áreas governativas”, lê-se no comunicado.
Hélder Rosalino, ex-administrador do Banco de Portugal, nomeado secretário-geral do Governo
Hélder Rosalino, de 56 anos, foi secretário de Estado da Administração Pública do governo chefiado por Pedro Passos Coelho. Licenciado em Organização e Gestão de Empresas pelo ISCTE em 1991, pós-graduou-se em Fiscalidade pelo Instituto Superior de Gestão em 1998 e fez um curso de especialização em Gestão pela Universidade Católica Portuguesa em 2006-2007. Entre 1991 e 1994 foi auditor Financeiro e de Gestão na Marconi.
A Hélder Rosalino irão juntar-se, neste novo órgão, Fátima Ferreira (secretária-geral adjunta da secretaria-geral da Presidência do Conselho de Ministros), Filipe Pereira (secretário-geral adjunto da SG PCM), João Rolo (secretário-geral da secretaria-geral da Economia) e Mafalda Santos (auditora-chefe do Departamento de Estudos, Prospetiva e Estratégia do Tribunal de Contas).