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Norte-americanos preparam-se para aumentar impostos sobre carros chineses – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Dez 24, 2023

Os construtores chineses de automóveis não usufruem das mesmas condições dos seus concorrentes ocidentais na disputa de clientes, essencialmente porque muitas das marcas chinesas são pertença do Estado comunista e por ele subsidiadas. E até as que não são controladas directamente pelo Estado chinês, usufruem de vantagens para se tornarem mais competitivas no estrangeiro. Esta situação tem tido o condão de irritar os construtores ocidentais, o que levou já a França a reagir, tendo motivado igualmente os EUA a preparar uma resposta à altura.

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Qualquer construtor estrangeiro, seja ele europeu ou norte-americano, que deseje comercializar os seus veículos na China enfrenta o poder discricionário do Estado chinês, que impõe regras a seu bel-prazer. Para a generalidade dos fabricantes, para vender mais do que umas míseras unidades naquele que é o maior mercado do mundo para automóveis, estejam eles equipados com motores de combustão, híbridos ou eléctricos, é necessário investir numa fábrica na China para a sua produção, unidade fabril essa que terá que ser “oferecida” a um sócio local – um outro fabricante chinês concorrente mas pertença do Estado –, que obviamente tratará de deitar mão a todas as tecnologias proprietárias que o estrangeiro possua.

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A única fabricante de automóveis a quem foi permitido desrespeitar esta cartilha foi a Tesla, que exigiu ser a única proprietária da Gigafactory Xangai, mas que segundo a imprensa americana está convencida que não foi isso que impediu que os seus segredos passassem para as mãos dos chineses. Mas lamentavelmente, nada disto é exigido aos fabricantes chineses quando pretendem disputar os mercados ocidentais, o que, para além de incompreensível, acaba por justificar a aplicação de impostos adicionais pelos Estados que se sentem vítimas de um tratamento desigual.

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Os EUA, que já cobram 25% a todos os veículos eléctricos chineses quem entram no mercado, além dos adicionais 2,5%, por serem bens automóveis, mas preparam-se agora para impostos adicionais. Os EUA preparam-se para incrementar os impostos sobre vários produtos feitos na China, como baterias para veículos eléctricos, painéis solares e afins. Mas as taxas poderão ser reduzidas para outros produtos, que não são vistos como estrategicamente importantes para os EUA.

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A administração Biden está apostada em defender a indústria automóvel norte-americana, mas também está decidida em defender os postos de trabalhos americanos e os interesses das empresas locais. E de acordo com a equipa de Biden, que acusa os chineses de “estarem determinados a dominar o mercado dos veículos eléctricos recorrendo a práticas de concorrências não aceitáveis”, com a equipa do Presidente norte-americano a garantir que “não o vai permitir”.

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A partir de Janeiro de 2024, a legislação dos EUA vai impedir os eléctricos vindos da China de aceder às ajudas de 7500 dólares do sistema federal americano. E isto vai limitar consideravelmente a competitividade dos automóveis eléctricos chineses à venda nos EUA.



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