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Jimmy Lai. O self-made man católico que enfrentou o regime chinês e que pode ser condenado a prisão perpétua – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Dez 25, 2023

No Natal passado, o empreendedor e político com nacionalidade britânica Jimmy Lai conseguiu enviar três ilustrações relativas à época festiva para um colégio católico no estado norte-americano da Virginia. Preso desde 2020 em Hong Kong, o magnata dos media naquela região especial administrativa chinesa desenhou na cela Jesus Cristo na cruz e também Maria, enviando os desenhos para os Estados Unidos através de uma das suas maiores aliadas, April Ponnuru. Em compensação, a escola organizou a iniciativa “Postais para o Jimmy”, em que crianças e adolescentes enviavam mensagens de apoio ao dissidente. Um ano depois, a situação alterou-se radicalmente.

Na última segunda-feira arrancou o julgamento de Jimmy Lai. O homem de 76 anos, que nasceu na China continental e se mudou para Hong Kong num barco de pesca aos 12 anos, está acusado de conluio com forças estrangeiras e também de sedição. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, descreveu-o recentemente como sendo o “cabecilha” de uma rede que organizava “protestos anti-China” e um peão nas mãos de “agentes anti-China”.

Dono do jornal Apple Daily, que possuía uma linha editorial que criticava abertamente o Partido Comunista Chinês (PCC), Jimmy Lai tornou-se uma figura demasiado incómoda para o regime. Sob domínio britânico até 1997, Hong Kong passou a ser controlada por Pequim, tal como aconteceu com Portugal e Macau. E durante anos beneficiou de uma certa tolerância que era impensável na China continental, que resultou de um estatuto especial acordado com o Reino Unido. Não obstante, as autoridades de Pequim foram apertando a malha — e deixaram de tolerar certas liberdades.

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