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“Estamos a ser governados por uma máfia”. O novo rival de Orbán que quer construir “uma nova Hungria” – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Mar 31, 2024

Numa crítica à desresponsabilização dos governantes pelo caso de pedofilia, o antigo advogado mostrava a desilusão com os atuais políticos: “Durante muito tempo acreditei na ideia de uma Hungria nacional, soberana e civil e tentei contribuir [para isso] com meios modestos. Mas, ao longo dos anos, finalmente percebi que se tratava de um produto político que apenas serve dois propósitos: encobrir uma fábrica de poder e adquirir enormes quantidades de dinheiro”.

“Acredito que a Hungria é um país que não pertence a oligarcas e a algumas famílias influentes, mas é o país daqueles que lutaram pela liberdade em 1956 [ano da Revolução Húngara, abafada pelo Partido Comunista com a ajuda da União Soviética]”, prosseguiu Péter Magyar. Este argumento — de que existe uma “máfia” à frente dos desígnios de Budapeste — é o princípio que tem norteado as declarações públicas do novo opositor ao regime.

Nos protestos que convocou esta terça-feira, quando entregou o áudio que podia gerar outro escândalo à elite política e judiciária da Hungria, Péter Magyar deixou uma pergunta no ar, incentivando à mudança política: “O que é mais preciso para que olhos dos húngaros se abram para ver que a Hungria está a ser governada por um máfia?”

A par desta mensagem, há outra que o homem de 43 anos tem insistido: a de que é possível mudar a Hungria. “Tudo o que peço é que tenham esperança. Esperança de que um tipo diferente de Hungria é possível. Estou a pedir a vossa ajuda”, salientou, indicando que quer construir um “novo país para os nossos netos e os nossos filhos”. Prometendo aumentar a luta nas ruas, Péter Magyar marcou protestos para dia 6 de abril, no que prevê que seja a “maior manifestação dos últimos 14 anos” contra o regime.

Em termos concretos, Péter Magyar já admitiu que vai fundar um partido em breve, para poder enfrentar Viktor Orbán nas urnas. Ainda assim, o novo opositor nunca revelou quais são as ideias ou ideologia que estarão por trás de uma nova força política. Apenas se define como sendo “nem de esquerda, nem de direita” e tendo apenas um objetivo: “Recuperar a pátria e construir uma nova Hungria europeia, soberana, feliz e moderna”. 

A referência à uma “Hungria europeia” não é em vão — aliás, várias bandeiras da União Europeia foram vistas nos protestos desta terça-feira. Viktor Orbán tem estado em rota de colisão com as autoridades da UE e não poupa críticas à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Ora, Péter Magyar, ainda que oriundo do Fidesz, parece adotar uma postura mais pró-europeia.



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