(Em Atualização)
Duas manifestações, com motivações distintas, têm lugar este sábado no Porto. De um lado a manifestação “Contra o Fascismo”, que começou pelas 15h30 na Praça dos Poveiros. Do outro o protesto “Menos Imigração, Mais Habitação”, que teve início às 17h na Praça de D. João I.
Junto desta última foram registados alguns episódios de confrontos entre os manifestantes e cidadãos que passavam junto do protesto, sendo necessária a intervenção das forças de segurança. No início do ajuntamento, uma jovem aproximou-se da manifestação, e chamou os participantes de “fascistas”. Os agentes separaram a jovem dos manifestantes, que a insultaram.
Entre as 17h e as 18h, as duas manifestações estiveram a 350 metros de distância uma da outra, já que a manifestação “Contra o Fascismo” terminou na Praça da Batalha.
A manifestação antifascista, que contará com cerca de dois mil participantes, segundo a organização, passou pela Rua D. João IV, Av. Rodrigues de Freitas, Rua do Duque de Loulé, e pela Av. Alexandre Herculano, indo até à Praça da Batalha. Ao Observador, alguns participantes mostraram-se preocupados com o crescimento da extrema-direita, e sublinharam a importância de fazer uma ação contra o fascismo nos 50 anos do 25 de abril. Os manifestantes deram a PIDE e a censura como alguns exemplos do que não querem que regresse aos dias de hoje.
Na marcha participaram jovens, casais e famílias com filhos. Empunhavam bandeiras da comunidade LGBT e de países como a Palestina e o Iémen, e cartazes com frases como “contra o fascismo somos mais” e “solidariedade não tem fronteiras”. Foram audíveis ainda palavras de ordem como “não passarão” e “machistas, fascistas, chegou a vossa hora: os imigrantes ficam e vocês vão embora”.
Já o protesto anti-imigração concentra menos apoiantes. Entre os presentes, carregam-se bandeiras nacionais, canta-se o hino e grita-se “já passamos”, numa referência ao “não passarão” dos manifestantes antifascistas. Além da PSP, estão presentes agentes da Equipa de Reação e Prevenção Imediata (EPRI).
Às 18h20, a manifestação anti-imigração arrancou com destino à Câmara Municipal. Pela mesma hora, manifestantes do primeiro protesto cruzaram-se com a marcha anti-imigração. Nesse momento ouviu-se tocar “Grândola, Vila Morena”, de Zeca Afonso, canção simbólica do 25 de Abril.