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Derrota nas europeias deixa Pedro Nuno em risco? “Isso avaliaremos na altura” – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Mai 24, 2024

De saída do Parlamento Europeu, depois de dez anos entre Bruxelas e Lisboa, Pedro Silva Pereira recusa entrar em polémicas sobre a composição da lista socialista às europeias, promete todo o empenho no apoio à candidatura do PS e prefere não antecipar outro cenário que não a vitória. Ainda assim, o antigo ministro da Presidência vai notando que haverá o momento de prestar contas. À pergunta sobre se uma eventual derrota nestas eleições será um risco para Pedro Nuno Santos, Silva Pereira é sugestivo: “Bom, isso avaliaremos na altura”, diz.

Em entrevista ao Observador, no programa “Vichyssoise”, o antigo governante diz ainda que uma eventual eleição de António Costa como próximo presidente do Conselho Europeu seria uma grande notícia para Portugal e para a Europa, e afasta a ideia de que o processo judicial em curso possa ser um obstáculo. Aliás, Pedro Silva Pereira não poupa críticas ao Ministério Público: “Perante a colossal soma de derrotas do Ministério Público é preciso parar para pensar”.

Ao mesmo tempo, o socialista sublinha a importância destas eleições europeias para a coesão do continente e aponta baterias a Ursula von Der Leyen e aos partidos que compõem o PPE, família política europeia de PSD e CDS, por estarem a tentar traçar uma distinção fabricada entre uma “extrema-direita perigosa” e uma “extrema-direita boazinha”. Pedro Silva Pereira chama a isso uma tentativa de “branqueamento da extrema-direita”.

[Ouça aqui a Vichyssoise com Pedro Silva Pereira]

Madeira igual, UE a ferver e pressão em Pedro Nuno

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O líder do PS optou por não manter em Bruxelas nenhum dos atuais eurodeputados eleitos pelo partido. Pedro Nuno de Santos fez bem?
Houve um tempo para discutir as listas, esse tempo já passou. Não vou naturalmente revelar as conversas que tive ou que não tive com o secretário-geral, nem as deliberações internas que o PS tomou. Agora o tempo é de cerrar fileiras e escolher entre os que são candidatos e não discutir os que não são candidatos. Estou muito confortável a lista forte do PS. É também uma lista com experiência nas instituições europeias. Fala-se muito dessa limpeza total, mas a verdade é que Francisco Assis já foi eurodeputado. Marta Temido e Ana Catarina Mendes, como ex-ministras, tiveram experiência de interação com a Comissão Europeia e com o próprio Parlamento Europeu. As duas autarcas, Carla Tavares e Isilda Gomes, pertencem ao Comité das Regiões. Estamos a falar de gente com experiência política e também com experiência das instituições europeias.

Do ponto de vista pessoal, sente algum amargo de boca por não continuar por mais cinco anos?
Não, amargo de boca com certeza que não.

Ficaram coisas por fazer, por cumprir, objetivos por alcançar?
Bom, isso há sempre. Mas nós na vida também temos que nos adaptar às circunstâncias. Regressarei à minha carreira académica na Faculdade de Direito de Lisboa, que é aliás uma coisa de que gosto muito, e portanto olho para a frente, não olho para trás. Mas registo muita satisfação e até orgulho o trabalho que fiz no Parlamento Europeu, o reconhecimento que foi prestado pela minha eleição e a reeleição depois para vice presidente do Parlamento Europeu. Penso que isso honrou Portugal e estou muito satisfeito com o trabalho que pude realizar ao serviço do Projeto Europeu e de Portugal.

A renovação na AD foi quase total, no caso do PS foi total. Isto pode significar uma perda real de influência imediata do país em Bruxelas?
Há sempre um tempo de adaptação. Numa casa complexa como é o Parlamento Europeu diria que isso ainda é mais verdade.

Isso é problemático?
Creio que esses riscos foram ponderados na decisão que foi tomada. Agora, como digo, estamos a falar de gente com experiência política, experiência das instituições europeias, terão certamente o apoio dos assistentes que conhecem o Parlamento e que ali ficarão e nós, que saímos, não deixaremos de ajudar nessa integração dos deputados que agora são eleitos.



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