Ryan Salame se declarou culpado de dezenas de milhões de dólares em doações ilegais de campanha para impulsionar causas apoiadas por seu chefe.
Ryan Salame, ex-co-CEO da subsidiária da FTX nas Bahamas e principal tenente do fundador da falida bolsa de criptomoedas, Sam Bankman-Fried, foi condenado a 90 meses de prisão, disseram promotores federais dos Estados Unidos.
Salame se declarou culpado em setembro de ter feito dezenas de milhões de dólares em doações ilegais de campanha para impulsionar causas apoiadas por seu chefe. Sua sentença de sete anos e meio de prisão, anunciada na terça-feira, foi superior aos cinco a sete anos solicitados pelos promotores.
Bankman-Fried foi condenado no início deste ano a 25 anos de prisão por roubar US$ 8 bilhões de clientes da FTX. Um júri o considerou culpado em novembro por sete acusações de fraude e conspiração decorrentes do colapso da FTX em 2022, que os promotores chamaram de uma das maiores fraudes financeiras da história dos EUA. Bankman-Fried apelou da condenação e da sentença.
Os promotores dizem que Salame, Bankman-Fried e o ex-chefe de engenharia da FTX, Nishad Singh, usaram fundos de clientes da FTX para doar a candidatos políticos que apoiam a legislação favorável à criptografia.
Os advogados de Salame tentaram distanciá-lo da fraude da FTX. “Ele foi enganado, tal como todos os outros, ao acreditar que as empresas eram legítimas, solventes e extremamente lucrativas”, afirmaram num documento apresentado no início de Maio, antes da sentença.
Além da pena de prisão, Salame, de 30 anos, foi condenado a três anos de liberdade supervisionada e a pagar mais de US$ 6 milhões em confisco e mais de US$ 5 milhões em restituição, disseram os promotores em um comunicado.
“O envolvimento de Salame em dois crimes federais graves minou a confiança do público nas eleições americanas e na integridade do sistema financeiro”, disse Damian Williams, Procurador dos EUA para o Distrito Sul de Nova Iorque.
Salame doou mais de US$ 24 milhões a candidatos e causas republicanas no ciclo eleitoral de 2022, de acordo com dados da Comissão Eleitoral Federal, tornando-o um dos principais doadores daquele ano.
Ele se declarou culpado de uma acusação de conspiração para fazer contribuições políticas ilegais e de uma acusação de conspiração para operar um negócio de transmissão de dinheiro não licenciado.