Prémio Nobel da Medicina 2023 atribuído a Katalin Karikó e Drew Weissman pelas descobertas que permitiram o desenvolvimento de vacinas de mRNA eficazes contra a Covid-19. O anúncio foi feito esta segunda-feira, pelas 10h45 (hora de Lisboa).
Katalin Karikó, de 68 anos, é, atualmente, investigadora na Universidade de Szeged, na Hungria, e na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos. É a décima segunda mulher a receber um Prémio Nobel da Fisiologia ou Medicina. A última tinha sido Youyou Tu, da Academia Chinesa de Medicina Tradicional (China).
Karikó vai partilhar o prémio de 11 milhões de coroas suecas (cerca de 950 mil euros) com Drew Weissman, de 64 anos, que também é investigador na Universidade da Pensilvânia, no Instituto Penn para as Inovações com RNA.
A Assembleia do Nobel no Instituto Karolinska (Suécia) atribui assim o prémio, de acordo com a vontade de Alfred Nobel, a quem “teve a mais importante descoberta dentro das áreas da Fisiologia ou Medicina”.
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The 2023 #NobelPrize in Physiology or Medicine has been awarded to Katalin Karikó and Drew Weissman for their discoveries concerning nucleoside base modifications that enabled the development of effective mRNA vaccines against COVID-19. pic.twitter.com/Y62uJDlNMj— The Nobel Prize (@NobelPrize) October 2, 2023
O prémio, tal como Alfred Nobel o indicou em testamento, inclui Fisiologia e Medicina, porque, na altura, a Fisiologia dizia respeito à investigação pré-clínica e a Medicina à investigação clínica. Assim, indica o site do Prémio Nobel, a distinção pode ser atribuída em qualquer área da biomedicina ou das ciências comportamentais. E, à semelhança dos prémios Nobel em outras áreas do saber, deve ser atribuído a uma descoberta específica e não como prémio de carreira.
Todos os anos, há uma lista de potenciais candidatos. As previsões dos especialistas para este ano incluem como candidatos favoritos a investigação sobre as células imunitárias capazes de combater o cancro, o estudo da microbiota humana e os trabalhos sobre as causas da narcolepsia, noticiou a Lusa.
Temporada dos Nobel arranca esta segunda-feira com entrega do prémio da Medicina
Entre 1901 e 2022 foram atribuídos 113 prémios Nobel da Medicina a 225 laureados — mas houve nove anos sem prémios atribuídos, sete deles coincidentes com a Primeira e Segunda Guerra Mundial. Entre os prémios atribuídos, 40 foram para uma única pessoa, 34 para duas pessoas e 39 para três pessoas (o número máximo de laureados em cada ano).
O prémio Nobel da Fisiologia ou Medicina 2022 foi atribuído a um único investigador, Svante Pääbo, “pelas suas descobertas sobre os genomas dos hominíneos extintos e a evolução humana”. Entre os feitos científicos mais importantes atribuídos a Svante Pääbo estão a sequenciação genética de um neandertal (a leitura dos genes deste homem pré-histórico) e a descoberta de uma nova espécie de hominíneo, os denisovanos.
Nobel da Medicina. Svante Pääbo estudou múmias às escondidas, mas chegou a prémio Nobel
Em 225 laureados com o Nobel da Medicina, apenas 11 eram mulheres. O último prémio entregue a uma mulher aconteceu já em 2015.