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“Quando um país faz com o património e a paisagem o que nós fazemos, tem uma doença do ego” – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Out 7, 2023

Como é que se constrói a memória coletiva e porque é que ela é importante para o entendimento do mundo e da sua História? Foi esta problemática o ponto de partida uma conversa com António Filipe Pimentel (n.1959), historiador de arte, ex-diretor do Museu Nacional de Arte Antiga, atual diretor do Museu Calouste Gulbenkian, e pró-reitor da Universidade de Coimbra entre 2007 e 2009.

Pimentel traça, em linhas fortes, as origens e consequências de um mundo a viver na desmemória. O dedo fica na ferida de um sistema de ensino que diz estar “obsoleto”, mas também de uma incapacidade patológica de encarar as realidades, bem como de uma autoestima nacional baixa e de uma obsessão pelo imediatismo e pelos caminhos mais fáceis. A natureza humana está em pano de fundo.

A história tem-nos provado que isto o homem é o único animal que depois de errar, repete o erro. No entanto, o homem é também um animal com memória…
Os animais normalmente não têm memória, funcionam por ciclos de instinto. O homem tem memória, efetivamente, mas tende a ter comportamentos de patologia que são os da recorrência. Não é que a história se repita, ela funciona antes por ciclos como a hélice, como uma mola, parece que voltamos ao mesmo ponto, mas, na verdade, vamos sempre evoluindo. Vamos sempre fazendo coisas diferentes, embora, exista essa oscilação de risco. Hoje em dia estamos com uma desvalorização crónica da memória a todos os títulos, até porque tudo o que é antigo nos soa mal. Nós próprios perseguimos a eterna juventude. Estamos obcecados com o estar em forma. Lembro-me que os meus avós eram velhinhos com a idade que eu tenho hoje.

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