O Departamento de Justiça dos EUA relata que interrompeu uma campanha de propaganda apoiada pelo governo russo e habilitada por IA para usar uma fazenda de bots para espalhar desinformação.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) interrompeu uma operação russa que usava contas falsas de mídia social aprimoradas por inteligência artificial para espalhar secretamente mensagens pró-Kremlin nos EUA e no exterior, afirmou.
As notícias de terça-feira chegam quatro meses antes da eleição presidencial dos EUA, que especialistas em segurança acreditam amplamente que será alvo de ataques de hackers e tentativas secretas de influência nas mídias sociais por adversários estrangeiros. Autoridades seniores dos EUA disseram publicamente que estão monitorando esquemas destinados a atrapalhar a votação.
O DOJ obteve aprovação do tribunal para apreender dois nomes de domínio e pesquisar quase 1.000 contas de mídia social supostamente associadas ao esforço.
“Com essas ações, o Departamento de Justiça interrompeu uma campanha de propaganda apoiada pelo governo russo e habilitada por IA para usar uma fazenda de bots para espalhar desinformação nos Estados Unidos e no exterior”, disse o procurador-geral Merrick Garland em um comunicado.
A ação de terça-feira marcou a primeira vez que os EUA acusaram publicamente um governo estrangeiro de usar IA generativa em uma operação de influência estrangeira, de acordo com autoridades do DOJ e do FBI. Autoridades dos EUA alertaram que adversários podem usar o poder crescente dos sistemas de IA para aumentar os esforços para espalhar desinformação.
Esforço financiado pelo Kremlin
A suposta operação, de acordo com os promotores, foi criada por meio de uma organização privada de inteligência sediada na Rússia, composta por oficiais de inteligência russos e um funcionário sênior do canal de notícias Russia Today, ou RT, financiado pelo governo e sediado em Moscou. O esforço foi aprovado e financiado pelo Kremlin no início de 2023, de acordo com o DOJ.
Porta-vozes da embaixada russa em Washington e da RT não responderam aos pedidos de comentários.
Esta organização privada projetou uma plataforma personalizada, alimentada por IA, para criar, controlar e gerenciar centenas de contas falsas em redes sociais, que foram criadas para se parecerem com as de americanos reais, de acordo com documentos judiciais.
As contas na plataforma de mídia social X foram banidas desde então. Elas geralmente postavam pontos de discussão pró-Kremlin, incluindo vídeos do presidente russo Vladimir Putin, e criticavam o governo ucraniano.
Os EUA trabalharam com autoridades holandesas na investigação. A campanha foi executada de um servidor na Holanda, de acordo com os investigadores.