Sturgill Simpson está fazendo o melhor que pode para manter uma promessa. O cantor e compositor, que poderia ser classificado como country, rock, outlaw ou bluegrass dependendo do dia ou do disco, certa vez afirmou que ele iria nunca lance mais de cinco álbuns sob o nome de Sturgill Simpson, identificando seu recorde de 2021, A Balada de Dood e Juanitacomo seu canto do cisne. (Ele não conta seu projeto de duas partes, Cortando gramaonde ele reimagina outras músicas de seu repertório no estilo bluegrass.)
Nos anos desde o lançamento Dood e Juanitao artista abraçou outras facetas da vida criativa, parecendo totalmente em casa na obra de Martin Scorsese Assassinos da Lua das Flores e a aventura de ficção científica O criador. Mas, como muitos artistas, Sturgill Simpson se viu em posse de mais histórias para compartilhar. É aqui que Johnny Blue Skies entra em cena — é sua brecha. E como seu primeiro álbum sob esse novo nome chega hoje, 12 de julho, é um que ele está muito melhor por abraçar.
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Passagem do Desejo é o projeto inaugural sob esse novo alter ego. É uma reintrodução, mas também não é, porque desde o início, o LP parece uma continuação calorosa e natural da identidade artística que Simpson estabeleceu em seus álbuns anteriores. Ele tende a parecer agradavelmente desprotegido, consistentemente defendendo ignorar as tendências na Music Row. Johnny Blue Skies pode ser tecnicamente novo na cena, mas sabemos que este ainda é o mesmo homem que cantou na rua do lado de fora do CMA Awards em 2017.
Por mais sombrios que alguns desses nomes de músicas pareçam — o álbum começa com “Swamp of Sadness” e “If the Sun Never Rises Again” — um dos sentimentos mais fortes que percorre Passagem do Desejo é uma sensação de esperança. O equilíbrio entre as dificuldades da vida e a promessa de dias melhores é uma área que Simpson explorou no passado; um de seus primeiros sucessos foi intitulado “Life Ain’t Fair and the World Is Mean”, afinal.
“Há algumas noites em que eu só quero morrer/ Mas então vem a manhã”, ele canta na alegre “Who I Am”, equilibrando realismo e alívio ao mesmo tempo. “Coloque outro curativo neste ferimento de bala/ Sirva para nós dois outra xícara daquele chá de menta/ Sente-se ao meu lado sob a lua”, ele pede em “Mint Tea”, parte de um refrão que reconhece os fantasmas do passado enquanto depende do amor para seguir em frente. Este último é o sentimento que definiu seu revolucionário LP de 2014, Sons Metamodernos na Música Country. Uma década depois de defender o poder do amor como a única arma confiável contra as pragas da vida cotidiana, ele reafirma sua posição intermitentemente Passagem do Desejo.
Há momentos de humor também, principalmente em “Scooter Blues”, onde ele expressa o desejo de escapar para uma cidade praiana, abandonar sua vida atual e abraçar completamente o anonimato. “Vou chupar alguns cocos, jogar algumas damas, deitar na praia até que todas as minhas sardas estejam conectadas”, ele sonha acordado. “Eles não perguntam qual é o seu nome quando você sobe para o céu/ E eu agradeço a Deus/ Eu não poderia dizer a Ela se eu tivesse que dizer”, ele confessa em “Who I Am”, antes de se perguntar se é tarde demais para qualquer terapia fazer efeito em sua vida.