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Marcelo dá bênção a Orçamento e coloca pressão na Saúde – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Out 11, 2023

O Presidente da República considera que “era um grande risco” o Governo “ir mais longe na injeção de dinheiro nos vários sectores” no Orçamento do Estado para o próximo ano. E coloca a proposta do Governo como “a única estratégia possível” na situação atual de enorme instabilidade internacional. Mas a declaração desta quarta-feira não trouxe só boas notícias para António Costa.

No caso do Orçamento que terá de analisar no final do ano, depois de todo o debate parlamentar, fica já dada a primeira bênção presidencial, com Marcelo a dizer que este é “nitidamente um OE que injeta dinheiro, vai mais longe dos que os anteriores, mas sempre com um pé atrás por causa da situação internacional”. “O Governo preferiu jogar na prudência e ser cauteloso”, considerou ao mesmo tempo que analisou como “evidente” que “a partir de maio/junho” se tenha percebido “que só havia uma maneira de aguentar as quebras das importações e do investimento direto, que era aguentar com o consumo interno”.

No IRS, Marcelo vê “um passo importante para o Governo”, considerando que Costa está a dar “passos mais afoitos em termos de escalões de IRS, mas também à defesa, com cuidado para não correr muitos riscos.” E que riscos são esses? O Presidente aponta para o contexto internacional, com dois conflitos complexos nesta altura (Ucrânia e Israel) e com as delicadas situações económicas na “Alemanha, França e países-chave para as nossas importações”.

Dado este contexto, Marcelo considera que “era um grande risco estar não tanto a atingir o equilíbrio orçamental, mas ir mais longe na injeção de dinheiro nos vários sectores”. E ainda acrescentou: “Se tivéssemos a certeza como vai correr mundo e Europa, provavelmente podia ir mais longe”.

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Mas o bom vento com o Governo ficou pelo Orçamento do Estado. Quando questionado pelo jornalistas sobre a situação na Saúde, Marcelo mostrou impaciência com a reforma do SNS prometida “há um ano e quatro meses” — como sublinhou — quando importa que esse “novo esquema seja posto de pé o mais rápido possível“.

“Houve aqui um compasso de espera de um ano e quatro meses, o que numa reforma é muito tempo, significa que a mudança de um modelo de gestão para outro fica a meio da ponte e quando assim é começam a rebentar consequências e efeitos do que já não é e o que era mas ainda não é o que vai ser”, anotou o Presidente. E coloca urgência nesse processo, já que considera que é a “única maneira de termos a visão de conjunto, o puzzle completo, senão começam a rebentar peças do puzzle“.

Uma das peças poderá ser mesmo o diretor executivo do SNS, com várias notícias a darem conta do seu desconforto por ainda não existir regulamentação dos estatutos da Direção Executiva do SNS. Sobre o caso concreto de Fernando Araújo, Marcelo diz que “por onde passa é muito efetivo” e que “é preciso criar condições” para o exercício da função que hoje ocupa.

Sobre a dedicação plena, que chegará a Belém para análise do Presidente a qualquer momentos — e que os médicos já pediram que seja vetada –, Marcelo diz que “era importante” que as negociações que estão em curso entre Ministério da Saúde, sindicatos e Ordem dos Médicos “conduzissem a um resultado”.



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