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Varandas volta a abordar chumbo do voto eletrónico à distância – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Out 12, 2023

As urnas foram encerradas às 20h, o resultado do escrutínio chegou cerca de três horas e meia depois (e com um jogo de futebol pelo meio), o tema continua longe de estar encerrado. Após a última Assembleia Geral do Sporting, nos mesmos moldes das anteriores em que o Pavilhão João Rocha só muito raramente ultrapassa as 50/70 pessoas mas o total de votantes chega aos milhares (mais de 3.700 no último domingo), foi havendo entre o universo verde e branco jantares, encontros, emails enviados entre grupos de sócios, também uma reflexão interna. Tudo com uma certeza: a questão do voto eletrónico à distância não está fechada.

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“Na Assembleia Geral do passado domingo, dos 3.771 sócios que votaram, sete em cada dez votaram a favor da medida proposta pelo Conselho Diretivo de alteração dos estatutos para se poder votar eletronicamente à distância. Na condição de presidente do clube, considero que é da mais crítica relevância para o futuro do Sporting uma reflexão, e consequente mobilização, do universo leonino sobre os resultados em causa”, começa por escrever Frederico Varandas, presidente dos leões, no editorial do Jornal Sporting.

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“O primeiro ponto de reflexão é sobre o facto de o universo de 3.771 sócios que votou representar menos de 4% de todos os sócios que podem exercer o seu direito. O segundo é que se torna evidente que, com o sistema de votação vigente, essa minoria de 1% dos sócios sabe que se transforma em 30%, ou mais, consoante a habitual fraquísssima participação eleitoral. Queremos que uma minoria de 600, 800 sócios continue a decidir por mais de 100.000 sócios com poder de voto? No dia em que o voto seja Universal, nunca mais um grupo qualquer consegue controlar ou condicionar uma Assembleia”, prosseguiu.

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“No dia que houver voto eletrónico à distância o poder fica realmente disperso e descentralizado por todos os sócios do Sporting, e nunca mais por grupos minoritários. Este é que é o verdadeiro cerne da questão do voto eletrónico. O poder que uma minoria não quer perder para continuar a condicionar uma maioria. Aceitaremos sempre os resultados, sejam eles quais forem, mas decidamos todos. Desde 2017 que as que eleições nesse ano, em 2018 e 2022 foram realizadas com voto eletrónico, sendo o processo de contagem de votos 100% digital e auditado por uma empresa externa ao clube. A possibilidade de voto electrónico à distância é a única que permite efetivamente darmos mais um passo à frente, fundamental para que o voto seja Universal”, voltou na destacar, antes de deixar a porta aberta para novo sufrágio em relação ao tema.

“Os 70% que votaram a favor não foram suficientes para cumprir a maioria de 75% exigida pelos estatutos. Cumpriremos sempre os estatutos, assim como o sentido de votação expresso pela maioria. Haverá novo dia, mas de pouco valerá se os sócios abdicarem de exercer o seu principal direito: participar, decidir… votar”, concluiu, num tema longe de estar fechado e numa postura que já tinha sido criticada por alguns sócios depois do escrutínio pela intervenção que Varandas teve no final do encontro com o Arouca, na sequência do apuramento dos resultados da reunião magna onde apenas este ponto acabou chumbado.

“Os quatro pontos de uma forma geral tiveram votações acima de 70%. Foi clara a vontade dos sócios em aprovar os quatro pontos. O segundo ponto que quero destacar é que votaram 4% dos sócios elegíveis para votar. Uma das razões para este Conselho Diretivo trazer a discussão do voto eletrónico à distância era exatamente por noites eleitorais [neste caso, de Assembleias Gerais Ordinárias] como estas. Dos 4% elegíveis que vieram votar, 70% demonstraram que queriam uma mudança. É uma vitória esmagadora de quererem evolução nos estatutos mas uma vitória não suficiente para uma maioria qualificada de 75%. Isto significa duas coisas: não é a primeira vez que os sócios têm a ilusão de que as coisas passam por si. Não duvido que se tivesse existido uma participação de 5.000 ou 10.000 sócios, o segundo ponto também teria passado. Mas a vontade dos sócios é esta e respeitaremos. Enquanto presidente respeitarei sempre e não esquecerei que 70% das pessoas que votaram querem mudança. Não foi suficiente para 75% mas este assunto será revisitado”, salientou o presidente dos verde e brancos no Hall VIP do Estádio José Alvalade.

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De referir que o ponto 2 que esteve em sufrágio na última Assembleia Geral, e que dizia respeito à colocação nos Estatutos da possibilidade de voto eletrónico à distância, falhou os 75% necessários para a aprovação nas duas hipóteses possíveis entre os 3.771 associados participantes: em votos (15.079 a favor, que correspondem a 71,65%) e em votantes (2.632 a favor, num total de 69,8%). Os restantes três pontos foram aprovados, sendo que o nome de Cristiano Ronaldo para a porta 7 teve 70,49% de votantes e 75,59% de votos a favor, ao passo que o Relatório e Contas do exercício de 2022/23 e a venda de um imóvel em Benavente para a reativação do Núcleo local do clube reuniram mais de 80% entre votantes e votos.





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