Os militares israelenses disseram que atingiram vários alvos no vizinho Líbano ligados ao Hezbollah.
Em uma publicação no X na terça-feira, o exército israelense disse que atingiu 10 alvos ligados ao grupo armado alinhado ao Irã em pelo menos sete áreas diferentes do sul do Líbano em ataques noturnos. Os ataques ocorrem em meio a preocupações crescentes sobre a ameaça de que a guerra em Gaza possa desencadear um conflito regional.
Os ataques, que os militares disseram ter matado um combatente do Hezbollah, ocorreram depois que autoridades israelenses prometeram retaliação por um ataque de foguete que atingiu um playground na cidade árabe drusa de Majdal Shams, nas Colinas de Golã ocupadas por Israel. O Hezbollah negou ter realizado o ataque.
O exército israelense disse que também “atingiu uma instalação de armazenamento de armas do Hezbollah, locais de infraestrutura terrorista, estruturas militares e um lançador no sul do Líbano”.
O Hezbollah confirmou que um de seus combatentes foi morto, informou a agência de notícias Reuters.
“Nós responderemos”
Após os ataques de Majdal Shams, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu visitou a cidade no domingo e prometeu uma “resposta severa”.
Os ataques noturnos anunciados na terça-feira marcaram pelo menos três ataques israelenses em território libanês desde então.
Uma fonte de alto escalão do Hezbollah prometeu à Al Jazeera que o grupo armado responderia a qualquer agressão israelense no Líbano, incluindo uma invasão terrestre.
Foi a primeira vez que o Hezbollah comentou sobre as ameaças de retaliação de Israel.
Zeina Khodr, da Al Jazeera, reportando de Beirute, citou fontes do Hezbollah dizendo que, independentemente da natureza de um ataque israelense, “seja ele limitado ou não”, o grupo “responderá”.
Intermediários estrangeiros teriam implorado ao Hezbollah por contenção “para que o conflito possa ser contido e não saia do controle”, disse nosso correspondente.
Na terça-feira, o Hezbollah afirmou que suas unidades de defesa aérea repeliram aviões de guerra israelenses que quebraram a barreira do som sobre o espaço aéreo libanês.
O grupo disse no Telegram que as aeronaves foram forçadas pelo fogo “a recuar para trás das fronteiras dentro da Palestina ocupada”.
Citando o N12 de Israel, a Reuters relatou que um foguete disparado do Líbano matou um civil israelense.
Ansioso para evitar a guerra
Impulsionado por seus parceiros de coalizão nacionalistas, Netanyahu empregou uma retórica linha-dura sobre o ataque nas Colinas de Golã.
No entanto, acredita-se que Israel esteja ansioso para evitar abrir outra frente enquanto continua a lutar contra o Hamas em Gaza e a bombardear o enclave.
Autoridades israelenses disse à Reuters na segunda-feira que, embora Israel queira prejudicar o Hezbollah, não quer arrastar o Oriente Médio para uma guerra total.
O Hezbollah disse que está pronto para a guerra se necessário, mas acredita-se que o grupo armado também esteja cauteloso com um conflito em larga escala.
Os EUA disseram que estão trabalhando para tentar evitar a ameaça de escalada.
O secretário de Defesa Lloyd Austin expressou esperança na terça-feira de que a guerra entre os dois países ainda possa ser evitada.
“Embora tenhamos visto muita atividade na fronteira norte de Israel, continuamos preocupados com o potencial disso escalar para uma luta total. E não acredito que uma luta seja inevitável”, disse ele.
No entanto, os riscos continuam aumentando à medida que Israel e o Hezbollah disparam através de sua fronteira compartilhada e acusam um ao outro de atrocidades.
Israel disse que o foguete que atingiu as Colinas de Golã, matando pelo menos uma dúzia de crianças, era um Falaq de fabricação iraniana e foi disparado pelo Hezbollah do Líbano.
O aliado de Teerã negou responsabilidade, embora tenha reivindicado vários lançamentos em direção a Israel no sábado.
As forças israelenses e o Hezbollah estão envolvidos em hostilidades de baixo nível na fronteira entre Israel e Líbano desde o início da guerra entre Israel e Hamas em 7 de outubro.
Desde outubro, ataques israelenses mataram cerca de 450 pessoas no Líbano, incluindo combatentes do Hezbollah e civis.
Israel diz que 23 civis e pelo menos 17 soldados foram mortos em ataques do Hezbollah desde outubro.