Washington, Estados Unidos:
O jornalista norte-americano Evan Gershkovich e o ex-fuzileiro naval norte-americano Paul Whelan devem ser libertados pela Rússia como parte de uma das maiores trocas de prisioneiros entre Leste e Oeste desde a Guerra Fria, de acordo com a mídia norte-americana na quinta-feira.
A CNN e outras redes dos EUA noticiaram a notícia, com a ABC News relatando que a troca envolveu vários países e a Rússia.
Não houve confirmação imediata de autoridades dos EUA. O Kremlin se recusou a comentar sobre qualquer troca.
“Ainda não tenho comentários sobre esse tópico”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
O repórter do Wall Street Journal Gershkovich, 32, foi detido em março de 2023 e condenado em julho por acusações de espionagem em um julgamento rápido denunciado como uma farsa pelos Estados Unidos.
Sinais de uma iminente troca de prisioneiros ganharam força na quinta-feira, em meio a relatos de que um avião usado em um acordo de troca anterior havia pousado no enclave russo de Kaliningrado.
As esperanças também aumentaram nos últimos dias, dias depois que vários prisioneiros famosos na Rússia, incluindo Whelan, desapareceram de prisões onde cumpriam longas penas.
Entre aqueles que devem ser devolvidos à Rússia em troca está Vadim Krasikov, um cidadão russo preso na Alemanha por matar um ex-comandante rebelde checheno em um assassinato descarado.
A troca seria uma vitória para o presidente Joe Biden, cuja vice-presidente, Kamala Harris, enfrenta o republicano Donald Trump na eleição de novembro.
Esta seria a primeira troca de prisioneiros entre a Rússia e o Ocidente desde que a estrela do basquete americano Brittney Griner foi trocada pelo traficante de armas russo condenado Viktor Bout em dezembro de 2022.
Também seria a maior troca desde 2010, quando 14 supostos espiões foram trocados entre a Rússia e o Ocidente. Eles incluíam o agente duplo Sergei Skripal, que foi enviado por Moscou para a Grã-Bretanha e a agente russa secreta Anna Chapman, enviada por Washington para a Rússia.
Antes disso, grandes trocas envolvendo mais de uma dúzia de pessoas só haviam ocorrido durante a Guerra Fria, com potências soviéticas e ocidentais realizando trocas em 1985 e 1986.
– ‘Empurrando forte’ –
Uma aeronave já usada na troca de Griner e Bout voou de Moscou para Kaliningrado na manhã de quinta-feira, de acordo com o site de rastreamento de voos Flightradar24. O voo foi rastreado posteriormente decolando de Kaliningrado duas horas depois.
Como regra, as trocas só podem acontecer após uma condenação na Rússia, e o desaparecimento de vários presos políticos de alto escalão ao mesmo tempo é extremamente raro.
Gershkovich foi preso na cidade de Yekaterinburg durante uma viagem de reportagem. Ele, seu empregador e o governo dos EUA negaram veementemente as alegações de espionagem contra ele.
Biden disse após a sentença que estava “pressionando muito pela libertação de Evan e continuará fazendo isso”.
Washington também tem trabalhado pela libertação do ex-fuzileiro naval Whelan, 54, que foi preso em 2018 em Moscou e acusado de espionagem.
Whelan trabalhava na segurança de uma empresa de peças de veículos dos EUA quando foi preso em Moscou em 2018 e sempre afirmou que as evidências contra ele eram falsificadas.
Recentemente, ele reclamou de se sentir abandonado por Washington.
Também entre os desaparecidos estava o jornalista e ativista Vladimir Kara-Murza, um cidadão russo e britânico de 42 anos. Seus advogados disseram na quarta-feira que não sabiam sua localização após terem sido negados duas vezes o acesso à instalação onde ele deveria ser mantido.
Kara-Murza, que se manifestou contra a invasão russa da Ucrânia, está cumprindo uma sentença de 25 anos na Sibéria por traição e outras acusações. Ele sofre de uma doença nervosa e foi transferido para um hospital da prisão no início deste mês para exames médicos.
Aumentando a intriga, houve um caso na Eslovênia, onde um tribunal condenou dois russos suspeitos de espionar para Moscou a mais de um ano e meio de prisão — mas depois ordenou sua expulsão do país.
As prisões de cidadãos americanos na Rússia aumentaram nos últimos anos, no que Washington vê como uma tentativa do Kremlin de garantir a libertação de russos condenados no exterior.
(Com exceção do título, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada a partir de um feed distribuído.)