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Do look de princesa de uma costureira negra ao Valentino curto. Os icónicos vestidos de noiva de Jackie Kennedy – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Out 20, 2023


Em 1953, há 70 anos, uma noiva, uma distinta jovem de classe alta, teve de usar um vestido de noiva que não queria porque iria começar uma caminhada para o topo do mundo com o seu noivo e era preciso passar uma mensagem. Contudo a verdadeira heroína da história viria a ser a costureira negra que superou todos os desafios e mesmo assim viu o seu nome esquecido. Para o segundo casamento, em 1968, a mesma noiva já era um ícone de estilo consagrado e escolheu um vestido saído de um desfile de um amigo. No final, Jackeline Kennedy Onassis deixou os dois vestidos na história da moda, e entre o brilho da celebridade e o drama dos bastidores eles são duas personagens com enredo próprio na vida desta diva.

Há 55 anos a ilha grega de Skorpios era palco de um pequeno casamento, uma cerimónia religiosa ortodoxa grega numa pequena capela que durou 45 minutos e contou com 40 convidados. À saída os noivos foram saudados com chuva e também com as tradicionais “chuvas” de arroz e amêndoas açucaradas. Mas enquanto os convidados seguiam para o copo de água no iate do noivo, o mundo estava de olhos postos nesta discreta união.

A 20 de outubro de 1968 Jacqueline Bouvier Kennedy, a antiga primeira-dama norte-americana, casava-se com Aristóteles Onassis na ilha privada do poderoso armador grego. O noivado, cinco anos depois do assassinato do Presidente John F. Kennedy, apanhou o mundo de surpresa. O casamento foi apenas para amigos próximos e familiares. Os filhos da noiva, John Junior e Caroline, seguraram velas enquanto a irmã da noiva, a também bem famosa Lee Radziwill, foi a dama de honor, relata a revista Brides.

O noivo era 23 anos mais velho e oficializou o pedido de mão com um anel Harry Winston com um diamante Lesotho III de 40 quilates, também ele impressionante. A joia esteve fechada num cofre e depois da morte da Jackie (em 1996) foi vendida em leilão por quase dois milhões e meio de euros. Já o vestido de noiva fica nos livros de história da moda. Jackie Kennedy era já um ícone de estilo consagrado e, mesmo quando tentou ser simples e prática, marcou a tendência.

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Para o casamento com Onassis, e 1968, a noiva usou um vestido de Valentino e um laço no cabelo

O vestido com gola alta, manga comprida balão, torso com renda e saia de pregas acima do joelho era em tudo oposto ao primeiro vestido de noiva de Jackie, mas já lá iremos. Esta peça era também puro estilo década de 1960 e a noiva completou ainda o look com um laço branco no seu volumoso cabelo comprido, bem ao estilo da época.

Com assinatura do italiano Valentino Garavani, este vestido não foi uma criação especial para a ocasião. A peça tinha sido apresentada na famosa coleção toda em branco para a primavera/verão 1968 e só quando no dia depois do casamento o designer começou a receber inúmeras chamadas para confirmar se o vestido era da sua autoria, é que se apercebeu que se tratava de um vestido que a noiva terá simplesmente tirado do seu guarda-roupa, segundo disse numa palestra em Nova Iorque em 2014.

O próprio Valentino confessou que o “boom” da sua marca aconteceu com Jackie. John Kennedy morreu em 1963 e, depois de deixar a Casa Branca, a sua viúva regressou a Nova Iorque. A ex-primeira dama e o designer italiano conheceram-se no ano seguinte, quando Valentino foi à cidade para apresentar uma das suas coleções, e Jackie encomendou seis vestidos de Alta Costura, todos eles criações em preto e branco para usar durante o período de luto. Depois da relação cliente/designer viria uma forte amizade.

Valentino Garavani. A sofisticada “la vita in rosso” do imperador da moda

Quando John F. Kennedy e Jacqueline Bouvier se casaram a 12 de setembro de 1953, tudo fazia acreditar que se tratava de um acontecimento. Por isso mesmo, a revista Time enviou a fotógrafa Lisa Larsen, cujas imagens ilustraram o artigo que saiu na publicação nesse mesmo mês. Dois meses antes do casamento já tinham sido capa da revista como um jovem casal maravilha, que fazia furor mesmo antes de serem um dos pares presidenciais mais carismáticos da história dos Estados Unidos. A Life descreveu o seu casamento como sendo o “do jovem senador mais bem parecido de Washington com a fotógrafa mais bonita e curiosa de Washington”, concluindo que foi também “o mais impressionante que o antigo reduto da sociedade viu em 30 anos”.

O evento, podemos dizer assim, reuniu “600 diplomatas, senadores, figuras do social” na igreja de St. Mary e a cerimónia conduzida pelo arcebispo de Boston até contou com uma bênção especial do Papa. O copo de água teve 900 pessoas e os noivos terão demorado duas horas a cumprimentá-los a todos com um aperto de mão. Tal como nos casamentos de celebridades, havia fãs na rua, mais precisamente dois mil, que chegaram em autocarros e houve até um convidado que confessou à revista que tudo foi “como uma coroação”.

O vestido da noiva contava com quase 50 metros de tecido, segundo a legenda de uma das imagens de Larsen. E não é só na quantidade de material que ele impressiona, é também na história que tem para contar. No relvado da quinta da mãe da noiva, em Newport, Rhode Island, Jackie encarnou a princesa dos contos de fadas, mas a vida da fada madrinha nesta história não foi fácil.



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