Não seria uma frase minimamente esperada num auditório onde se sentavam cerca de 200 pessoas de várias sensibilidades da esquerda. Mas quando Ana Drago anunciou que tem “uma dívida de gratidão” para com Luís Montenegro, a sala espantou-se, e depois riu-se. Foi assim que uma das fundadoras da nova associação Causa Pública quis explicar, neste primeiro encontro das esquerdas, a motivação para tentar voltar a juntá-las.
Tudo começa com uma ideia, que diz ser o principal “triunfo” da direita de Montenegro: a ideia, resumida na controversa e famigerada frase do atual líder do PSD, nos idos de 2014 — “a vida das pessoas não está melhor mas o país está muito melhor” — de que há uma “sensação de desmotivação” porque “vivemos acima das possibilidades, porque não se pode dar tudo a todos”.
Ou seja: a ideia de que existem algumas ideias de esquerda que são “desejáveis ou simpáticas”, mas que não são concretizáveis, diz Ana Drago. Daí que este ajuntamento das esquerdas se tenha criado, para contrariar o que acreditam ser um preconceito — e apresentar medidas concretas que provem que a esquerda tem caminho para fazer.
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