Palavras vagas, poucas propostas e nenhum compromisso nos temas mais quentes. Tudo em nome do “consenso”. Já se sabia que o relatório de síntese que resultou da reunião magna dos bispos católicos que decorreu no Vaticano nas últimas três semanas não traria novidades concretas relativamente à maioria dos assuntos discutidos na assembleia (que tem a sua segunda parte em outubro do próximo ano), mas o documento conhecido este fim de semana terá desiludido grande parte dos que ainda tinham esperança de ver neste documento um primeiro passo para alterações significativas no modo como a Igreja Católica olha para o papel das mulheres, as lógicas de poder e autoridade dentro da instituição, o lugar dos leigos e as pessoas LGBT.
“O relatório final da primeira assembleia geral do sínodo desilude ao limitar-se a reafirmar o status quo da hierarquia”, lê-se num comunicado divulgado pela organização americana New Ways Ministry, que se dedica ao trabalho pastoral com a comunidade LGBT e cuja fundadora, a freira Jeannine Gramick, foi recebida pelo Papa Francisco no Vaticano durante o decurso dos trabalhos do sínodo. “Sem qualquer declaração positiva sobre os assuntos LGBTQ+ no documento, e com apenas duas referências que se limitam a afirmar o que já era conhecido antes do início do sínodo, os católicos de todo o mundo vão ficar muito desapontados.”
No comunicado, a organização lamenta também que o relatório do sínodo se limite a sublinhar que há “novas questões” a surgir em torno deste tema, já que “os responsáveis da Igreja tiveram décadas para aprender sobre os desenvolvimentos científicos e teológicos sobre o género e a sexualidade”.
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