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PS vai à reunião com Governo mesmo sem dados que exigiu. Negociações só prosseguem com Montenegro – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Set 9, 2024

Continuam por chegar os dados que o PS se queixou de ainda estarem em falta para poder fazer uma “negociação séria” sobre o Orçamento para 2025, mas os socialistas não esticam mais a corda e vão comparecer na reunião desta terça-feira como o Governo — quando chegou a ponderar não ir nestas condições. Os socialistas esperam ter acesso às informações pedidas, no limite, neste encontro. Mas há mais condições para a negociação funcionar daqui para a frente e uma delas é, a dada altura, existir um conversa entre os dois líderes, Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro.

Até aqui, o primeiro-ministro tem-se colocado fora das reuniões — esta é a segunda ronda, faltou na primeira por motivos de saúde –, o que teve como consequência a ausência também do líder socialista. Pedro Nuno Santos só se senta à mesa com o Governo se numa cadeira do outro lado estiver o chefe do Executivo. Os anos de negociações orçamentais da “geringonça” são evocados no PS para sublinhar a importância do envolvimento dos líderes de cada uma das partes, lembrando que António Costa estava em reuniões de arranque e de fecho do processo, pelo menos, bem como os líderes dos partidos da esquerda.

Essa hipótese está contemplada nos planos do Governo. O objetivo foi sempre fazer várias rondas negociais para aproximar posições onde é possível aproximar posições. Não será surpresa para ninguém que o Executivo deixe de se sentar com os partidos que já anunciaram o voto contra o Orçamento do Estado (o Chega e todos os partidos à esquerda). Posto isto, e apesar dos liberais contaram para o totobola orçamental, Pedro Nuno Santos era e é o parceiro preferencial de Montenegro. Dependendo do evoluir das conversações, haverá ou não espaço para negociar de forma bilateral.

Até lá, o PS não esconde o desagrado com a forma como o Governo tem conduzido o processo. “A ausência do primeiro-ministro é um sinal de desvalorização da negociação”, ouve-se repetidamente no PS onde, nesta altura, impera a ideia de o Governo estar a “dificultar” o processo negocial. Sobretudo quando falta apenas um mês para o prazo de apresentação do Orçamento do Estado para o próximo ano e não há uma maioria parlamentar clara para a sua viabilização na Assembleia da República — os socialistas vão apontando com insistência o tamanho das duas bancadas parlamentares, a do PSD e PS, onde o número de deputados é exatamente o mesmo (78), para exigir um empenho diferente do Governo.

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No PS considera-se, por tudo isto, natural que daqui para a frente existam reuniões que envolvam os dois líderes. Por agora, a linha é não romper o canal de comunicação e ficar com o ónus do falhanço da negociação do primeiro Orçamento do Estado deste Governo e de uma nova crise política, apenas seis meses depois das eleições legislativas.

Assim, esta terça-feira, a comitiva socialista será liderada pela presidente da bancada socialista Alexandra Leitão. No grupo irão também os deputados António Mendonça Mendes, Marina Gonçalves e Carlos Pereira. A expectativa, segundo apurou o Observador, é de que até ao início da reunião o Governo ainda possa enviar os dados orçamentais que o PS pediu em julho, ou então durante o encontro. Do outro lado, estarão Joaquim Miranda Sarmento, António Leitão Amaro e Pedro Duarte, ministro das Finanças, Presidência e Assuntos Parlamentares, respetivamente.

O PS tinha pedido informação ao Governo antes de voltar a estar na mesa de negociações e recebeu o quadro plurianual na semana passada, no entanto, os socialistas queixaram-se de ainda faltarem dados, como o cenário orçamental 2025 em políticas invariantes, afirmando que não poderia haver “negociação séria” sem todos os elementos que foram pedidos. Sem essa informação, dizia na sexta-feira passada António Mendonça Mendes, “não é possível ter aproximação daquilo que será a margem disponível para que possa haver negociações e para que o PS possa apresentar propostas dentro do Orçamento e que garantam equilíbrio orçamental”.

Da parte do Governo, esta insistência permanente do PS em exigir publicamente dados e mais dados tem como único objetivo evitar discutir a “substância” do Orçamento do Estado. Apesar de tudo, e é isso que se vai repetindo a partir do núcleo duro de Luís Montenegro, o Executivo está disposto a entregar toda a informação que os vários partidos entendam ser necessária. E vão fazê-lo já esta terça-feira. “Depois de amanhã, tem de morrer essa conversa da falta de informação”, aponta um responsável social-democrata.





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