• Seg. Set 23rd, 2024

Municípios foram surpreendidos por corte no IUC e pedem ajuda ao parlamento – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Nov 3, 2023

A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) afirmou sexta-feira que foi surpreendida pela retenção pelo Estado de parte do Imposto Único de Circulação (IUC) e pediu aos deputados para alterarem esta proposta do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024).

“Nós somos surpreendidos por esta alteração relativa à categoria A [dos veículos]. Não tinha sido, mesmo nas reuniões que tivemos, partilhada connosco. Portanto, nós não só manifestamos discordância pelo sentido da medida, como desagrado pelo facto de não termos tomado prévio conhecimento dela”, disse a presidente da ANMP, Luísa Salgueiro, durante uma audição parlamentar no âmbito da discussão na especialidade da proposta de OE2024.

Segundo a autarca, a ANMP também não foi avisada do fim do regime fiscal mais benéfico para quem é residente não habitual no país, a partir de 1 de janeiro de 2024, uma medida que também consta da proposta de OE2024.

“Eu penso que nesta fase em que estamos, ainda é possível fazer essas correções. A nossa presença aqui hoje visa exatamente apelar para que as propostas que possam ser agora acolhidas corrijam algo que não está bem e que aqui elencamos”, apelou.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

No parecer sobre a proposta de lei do OE2024 (PLOE2024), enviado à Assembleia da República, a ANMP destacou que no IUC dos veículos de categoria A, cuja receita atualmente é 100% municipal, vai perder cerca de 40 milhões de euros (ME), tendo em conta os valores de 2022, já que a PLOE2024 estabelece que 30% desta receita passa a ser do Estado.

“A agravar, e face aos aumentos substanciais no IUC, é criado um teto de variação anual de 25 euros por veículo, estabelecendo, desde logo, que quando esse teto é aplicado os municípios apenas têm direito a receber o equivalente ao que receberam em 2023, “congelando” assim a receita municipal”, destaca ainda a ANMP.

Ou seja, com o polémico aumento de IUC para os veículos com matrículas registadas entre 1981 e julho de 2007, que em 2024 tem um teto máximo de 25 euros por viatura, os municípios não ganharão nada, porque a verba que exceder o montante que receberam em 2023 vai para o Estado.

“São duas medidas que a ANMP tem por inadmissíveis, não podendo aceitar a apropriação por parte do Estado de 30% da componente da cilindrada dos veículos da categoria A, nem o congelamento da receita dos municípios nas categorias A e E”, é sublinhado pela ANMP.

Segundo o relatório que acompanha a PLOE2024, o Governo estima arrecadar no próximo ano 586,7 milhões de euros através do IUC, mais 20,1% (ou 98,2 milhões de euros) do que em 2023 (ano em que estima cobrar 488,6 milhões de euros).

Em 2024, o IUC vai aumentar em todas as categorias consoante a inflação, além de 25 euros para cerca de três milhões de veículos de categoria A e 500 mil da categoria E.

O IUC é atualmente partilhado entre municípios, regiões autónomas e Estado, sendo que os municípios recebem 100% da receita relativa aos veículos da categoria A, E, F e G, além de 70% da componente relativa à cilindrada da categoria B.

Os restantes 30% dos impostos relativos à cilindrada da categoria B vão para o Estado e para as regiões autónomas. Estado e regiões autónomas recebem ainda 100% da componente do CO2 nesta categoria (B), a única que é tributada em função do CO2.



Source link

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *