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“As mudanças são boas” – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Set 18, 2024

Em outubro de 2023, a meio da 53.ª edição do evento, a organização anunciou que os fundos europeus, esperados há mais de um ano, não iam chegar a tempo de realizar a edição seguinte. Na altura, citado pelo jornal Público, Luís Onofre era um dos criadores que via com tristeza a incerteza do evento elogiando contudo “a organização, pela forma admirável como estava a lutar”.

A edição seguinte deveria ser em março de 2024 — o evento de moda do Porto acontecia tradicionalmente na segunda semana de março, logo após a ModaLisboa —, mas a organização mantinha-se em silêncio durante todo o mês, numa altura que Manuel Serrão era alvo de buscas por suspeitas de fraude com fundos do PRR. O empresário chegou a ser vice-presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), função que desempenhou durante seis anos e, nessa qualidade, era responsável pela organização do Portugal Fashion. Está agora a ser investigado pela justiça. A designer de moda Katty Xiomara, presença assídua do calendário do PF, também acabaria por ser implicada no caso.

Semanas depois, em abril, o Portugal Fashion anunciava à imprensa que o evento passaria a ter apenas uma edição anual, em vez das duas tradicionais semanas de moda semestrais, e atirava a edição para julho, ainda sem fundos europeus, mas com financiamento do Turismo de Portugal.

Só que a 19 de junho, quando faltavam duas semanas para a 54ª edição do Portugal Fashion, a organização acabaria por cancelar o evento por falta “dos apoios necessários”. Foi no mesmo dia que os criadores souberam que as coleções que estavam preparadas para entrar na passerelle não iam ser mostradas.

“Compreendo a situação em que estiveram, o que aconteceu. Penso que não vão ficar melindrados comigo por ter optado por esta situação”, diz Luís Onofre ao Observador, garantindo que apresentação em outubro na ModaLisboa não é pontual pelo facto de o PF não acontecer em 2023. A etiqueta passará a fazer parte do calendário da ModaLisboa. “Enquanto a marca Luís Onofre existir espero que possa acontecer”, responde.

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A hipótese de largar a passerelle nunca esteve em cima da mesa para Luís Onofre, para quem o desfile, mais do que retorno económico, dá visibilidade. “O desfile é sempre algo importante”, continua a acreditar, lembrando que “não há muitas marcas de calçado a apresentar” e a presença desde 2005 no Portugal Fashion “tem tido alguma influência no crescimento da marca”.‌





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