A política e as suspeitas de corrupção sempre andaram de mãos dadas. Não por acaso, o nome da famosa operação judicial Mani pulite (“Mãos limpas”), em Itália, tornou-se sinónimo um pouco por tudo o mundo de investigações judiciais sobre políticos — suspeitos de receber subornos, manter conflitos de interesses ou promover relações nepotismo.
De Itália vem também um nome de um chefe de governo envolvido em vários processos judiciais, Silvio Berlusconi, que acabou mesmo por ser condenado por corrupção. E, como ele, há muitos outros líderes mundiais acusados e até julgados e condenados por crimes semelhantes, de Nicolas Sarkozy a Cristina Kirchner, de Jacob Zuma a Imran Khan, passando pelos últimos anos em que os processos judiciais de figuras como Jair Bolsonaro e Donald Trump (bem como o caso anulado de Lula da Silva) dominaram as manchetes.
A grande maioria destas figuras, porém, só se viu envolvida nestes processos meses ou até anos depois de ter abandonado o cargo. Situações como a que se registou em Portugal esta terça-feira — em que um primeiro-ministro em funções se demite por investigações a membros do seu governo e onde ele próprio é alvo de investigação — são mais raras. O que não significa, contudo, que não existam.
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