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San Sebastián aclama Almodóvar, o “pirata” que, sem o cinema, teria “caído em desgraça” – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Set 26, 2024

Aos 74 anos, Pedro Almodóvar, ícone pop do cinema mundial a partir de Espanha, parece não estar preocupado em mostrar a importância ou o valor que tem ao apresentar-se no festival de San Sebastián. Nem parece lembrar-se de todos quantos, ao longo dos anos, quiseram fazer parte do seu universo repleto de cor, humor e tragédia. Veio até ao País Basco para receber o Prémio Donostia por uma já longa — e contínua — carreira, ao mesmo tempo que aparece acompanhado do Leão de Ouro que venceu na última edição do festival de Veneza, com o filme The Room Next Door, a sua primeira produção em língua inglesa (que se estreia em Portugal a 5 de dezembro).

Como acontece com qualquer estrela de cinema, há uma agenda apertada para seguir, recheada de passadeiras vermelhas, sessões fotográficas e entrevistas. Mas Pedro Almodóvar, que nunca ganhou qualquer prémio por aqui e se estreou na secção Novos Realizadores em 1980 com Pepi, Luci, Bom y otras chicas del Montón, quis aproveitar cada momento.

[trailer oficial do filme “The Room Next Door” de Pedro Almodóvar:]

Enquanto vários jornalistas esperavam por uma entrevista com Mónica Bellucci, no Hotel Maria Cristina, o cineasta espanhol aceitou falsear um momento televisivo para um canal espanhol: o jornalista encontrava “por acaso” o realizador. Minutos depois, Pedro Almodóvar seguiria para a conferência de imprensa, completamente cheia, onde deixou uma espécie de resumo poético de um percurso com mais de 40 anos. Falou sobre tudo, sempre bem disposto, e até aceitou uma Concha de Ouro a brincar (prémio mais importante do festival), que lhe chegou pelas mãos de uma repórter.

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“Têm sido 24 horas de grande emoção. Se não fosse o cinema, tinha caído em desgraça.” Ei-lo, “homem barroco”, que mistura vidas marginais com linguagem de publicidade e que, finalmente, aceitou fazer um filme longe da sua língua e deixar-se namorar pela indústria norte-americana, romance que pode posicioná-lo, mais uma vez, rumo aos Óscares. Um dia de aniversário para nunca mais esquecer, que terá a sua coroação na gala em sua homenagem ao final do dia desta quinta-feira.

O filme, bem mais sério do que é habitual, conta a história de uma amizade feminina entre uma escritora (Juliane Moore) e uma antiga repórter de guerra (Tilda Swinton). A primeira descobre, por acidente, que a amiga está a morrer com um cancro terminal. A segunda, desafia a velha conhecida a ser a observadora da sua morte no quarto ao lado. A amizade tinha ficado lá atrás, mas o fim de vida transforma-se numa oportunidade para um debate profundo sobre a eutanásia.





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