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De 1982 a 2024: explicadas as raízes das guerras Israel-Hezbollah

De 1982 a 2024: explicadas as raízes das guerras Israel-Hezbollah


Nicósia, Chipre:

Israel e o movimento muçulmano xiita libanês Hezbollah, cujo líder Hassan Nasrallah foi morto num ataque aéreo israelita num subúrbio de Beirute, são inimigos jurados há décadas.

Aqui está uma história de seu longo conflito:

1982: Israel invade o Líbano; o nascimento do Hezbollah
O Hezbollah – o “Partido de Deus” – nasceu na sequência da invasão do Líbano por Israel em 1982, na área oriental de Bekaa, e é supervisionado pelo Corpo da Guarda Revolucionária do Irão.

Em 1985, o Hezbollah emergiu das sombras, estabelecendo o seu braço armado, a Resistência Islâmica no Líbano, como ponta de lança na luta contra Israel.

Realiza atentados suicidas com carros-bomba e ataques com ondas humanas no sul contra as forças israelenses e seu aliado, o Exército do Sul do Líbano (SLA), uma milícia majoritariamente cristã.

1992: Nasrallah torna-se o líder do grupo
Em Fevereiro de 1992, um ataque de helicóptero israelita mata o secretário-geral do Hezbollah, Sheikh Abbas al-Musawi.

Com apenas 32 anos, Hassan Nasrallah é eleito seu sucessor. O seu baptismo de fogo surge um ano mais tarde, quando o Hezbollah, o único grupo que se recusou a entregar as suas armas após o fim da guerra civil de 15 anos no Líbano, em 1990, combate uma incursão israelita em grande escala apelidada de “Operação Responsabilização”.

A estatura do homem considerado no momento da sua morte o mais poderoso do Líbano começa a crescer.

Foi melhorado ainda mais em 1996.

1996: ‘Operação Vinhas da Ira’
Em 11 de abril de 1996, Israel lançou a “Operação Vinhas da Ira”, ataques que visavam destruir o potencial militar do Hezbollah e impedir o lançamento de foguetes contra o norte de Israel.

Durante 17 dias, as forças israelitas lançaram 600 ataques e dispararam 23 mil bombas, matando 175 pessoas no Líbano, a maioria civis. Mais de 300 mil refugiados fogem das suas casas.

A comunidade internacional apela a um cessar-fogo depois de a artilharia bombardear um campo das Nações Unidas onde civis em fuga procuravam abrigo. Mais de 100 pessoas são mortas.

Em 26 de abril é assinado um acordo que põe fim à operação israelense.

2000: Israel retira-se do Líbano
O exército de Israel retirou-se em Maio de 2000, após anos de ocupação. A retirada da chamada zona de “segurança” pretende pôr fim a uma situação que lhe custou 1.000 homens.

Nasrallah será visto como o arquitecto desta descida, depois de uma guerra de desgaste por parte do Hezbollah ter forçado uma mudança de atitude entre a população israelita.

Esta pressão também levou o governo israelita a aceitar, em 1998, uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que exigia a sua retirada imediata do sul do Líbano.

2006: Guerra Israel-Hezbollah
Em 2006, o Hezbollah capturou dois soldados israelitas na fronteira Israel-Líbano. O Hezbollah diz que quer trocar os dois por prisioneiros mantidos em Israel, mas o resultado é a guerra.

O conflito dura julho e agosto e causa 1.200 mortes no Líbano, a maioria civis, e 160 em Israel, a maioria militares.

Israel é incapaz de derrotar o Hezbollah, o que retrata o conflito como uma vitória.

2023-2024: abre-se uma nova frente
Quando a guerra entre Israel e o Hamas começou depois de militantes palestinos na Faixa de Gaza atacarem o sul de Israel em 7 de Outubro, as forças do Hezbollah apoiadas pelo Irão no sul do Líbano dispararam contra Israel em apoio ao Hamas.

Depois de quase um ano de trocas de tiros transfronteiriços, Israel, em 23 de setembro, intensificou severamente os ataques aéreos mortais contra o Hezbollah no Líbano.

Israel diz que está agindo para acabar com os ataques vindos do sul do Líbano.

Os militares de Israel dizem que mataram a maior parte dos líderes seniores do Hezbollah. O chefe do Hezbollah é morto num ataque aéreo ao bastião do grupo no sul de Beirute.

(Exceto a manchete, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada a partir de um feed distribuído.)


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