• Dom. Out 6th, 2024

o Variedades voltou a abrir as portas – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Out 6, 2024

Tal como René, Neves-Neves não tem propriamente uma relação de infância com o Parque Mayer, mas lembra-se desde sempre deste espaço. “Acho que faz parte da vida de toda a gente. O Parque Mayer ecoa não só em Lisboa como pelo país inteiro. Mesmo eu em miúdo a viver no Algarve, nunca tendo vindo ao Parque Mayer, sabia perfeitamente o que era e toda a mística à sua volta, os atores que por cá passaram e os espetáculos que cá se apresentavam, as revistas, as comédias, os musicais. E as histórias alegres e as histórias tristes sobre si. Faz parte da genética portuguesa”, conta.

No entanto, o seu destino quase se entrelaçou com o deste espaço há quase 20 anos. “Quando entrei no Conservatório, com 18 anos, vim para Lisboa e o Parque Mayer era sempre um sítio que eu vinha mostrar aos meus amigos do Algarve. Quando me visitavam, passeávamos por Lisboa e eu trazia-os sempre aqui para olhar para o único teatro em funcionamento e também para as ruínas dos outros teatros. Sempre tive esse género de vontade de fazer aqui teatro e, na verdade, quando terminei o Conservatório, a Maria João Abreu e o José Raposo estavam a estrear uma revista [no Maria Vitória] em 2006 e convidaram-me para fazer parte, mas eu já estava noutro espetáculo. E foi sempre um género de mágoa que tive por, na altura, não poder aceitar. Então, agora, fazer este espetáculo parece que corrige um género de desvio que tive no princípio, logo no meu primeiro ano enquanto profissional. E isso dá-me uma alegria grande”, revela. Além disso, “se tu pensares, não é todos os dias que reabre um teatro. Se calhar não vou ter outra vez esta experiência na vida, de estar presente na reabertura de um teatro. São coisas que são raras e isso temos de estimar e de perceber o seu valor”, adianta.

Fazer parte da reabertura do Variedades foi uma honra para Neves-Neves, mas também um desafio, e não apenas devido ao legado do espaço. Afinal de contas, tanto a sua companhia como a própria equipa técnica do teatro estavam a estrear uma sala. “Tudo é novo para toda a gente. Ou seja, quando chegamos a um teatro, mesmo que seja a primeira vez que fazemos lá um espetáculo, normalmente as equipas que lá estão já conhecem-no bem e então ensinam-nos formas de lidar com o equipamento. Aqui, neste caso, todos descobrimos porque todos entrámos ao mesmo tempo”, indica.





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