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Como envelhece o coração humano? Cientistas portugueses aliam-se a equipa internacional para estudar babuínos e chegar à resposta – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Out 6, 2024

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo — só em Portugal, matam todos os anos cerca de 35 mil pessoas. Um facto que levou a cientista Susana Pereira a decidir agarrar esta área de investigação. A portuguesa faz parte de uma equipa internacional que agora desvendou alguns dos mistérios sobre o envelhecimento deste órgão, descobertas que acredita trazerem pistas para um dia poderem ser criadas novas e melhores técnicas de diagnóstico e terapias para a prevenção destas patologias.

“Há muito a ser melhorado na área da prevenção da doença cardíaca e é preciso trabalhar principalmente na medicina preventiva, antes de a doença se instalar“, defende a investigadora do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra. Para isso, acrescenta, é essencial compreender o envelhecimento natural do coração, que pode potenciar o surgimento destas doenças, mais prevalentes em idades avançadas.

Com este objetivo em mente, a equipa de investigadores, que inclui os portugueses Luís Grilo e Paulo Oliveira, também associados à Universidade de Coimbra, procurou identificar os mecanismos moleculares responsáveis pela relação entre o envelhecimento deste órgão central à vida e a disfunção cardíaca. Estudaram, por isso, um grupo de 35 babuínos, do Instituto de Investigação Biomédica do Texas, na cidade de San Antonio, pela proximidade que o coração destes animais tem com o humano. Os resultados foram publicados esta semana na revista Advanced Science.

Tudo começa com alterações metabólicas nas células cardíacas. “São mudanças no modo como o corpo transforma os alimentos em energia e como usa essa energia para realizar funções essenciais. Quando há uma alteração metabólica, esses processos não funcionam corretamente, o que pode levar a problemas de saúde”, enquadra Susana Pereira.

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Estas alterações não são propriamente uma novidade. “Já sabemos que, com o envelhecimento, temos maior propensão para desenvolver diabetes, obesidade e outras doenças metabólicas. Mas apenas no coração observámos que há uma alteração metabólica, que é normalmente característica de doenças cardiovasculares”, explica Luís Grilo, autor principal do estudo, no qual participou no âmbito do seu doutoramento.





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