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Bernardo, um artista de nota 10 que não quis ficar sozinho na noite de CR906 e do baile de Leão (a crónica do Polónia-Portugal) – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Out 12, 2024

A dupla jornada de setembro trouxe de novo à vista um Portugal dominador e ganhador. Apesar de os triunfos em casa frente a Croácia (2-1) e Escócia (2-1), os jogos terminaram com algum sofrimento à mistura e Roberto Martínez mostrou que o grupo continua mais fechado do que aberto, pecando na tentativa de renovar a geração portuguesa. Foi assim que a Seleção Nacional chegou à Polónia e ao frio de Varsóvia, numa partida que se podia revelar fundamental na caminhada pelo objetivo final. Em caso de triunfo e, caso o outro jogo fosse favorável, a equipa das quinas evitava desde já o último lugar do Grupo 1 e a descida direta à Liga B.

Ronaldo e o 900+1 de quem continua a mostrar que só quer ser essencial (a crónica do Portugal-Escócia)

Para esta ronda de outubro, o selecionador nacional apresentou duas novidades que, pouco depois, se transformaram em três, devido à lesão de Gonçalo Inácio: Ricardo Velho, Tomás Araújo e Samu Costa. Assim, a base da equipa manteve-se intacto e não se perspetivavam grandes alterações no onze inicial e da forma de jogar de Portugal, com António Silva a ser apontado ao onze nas horas que antecederam o desafio. Por outro lado, a ausência de João Palhinha da convocatória para o jogo, a par de Francisco Conceição e Araújo, podia criar incómodos diante de uma equipa forte fisicamente.

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Ficha de jogo


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Polónia-Portugal, 1-3

3.ª jornada do Grupo A1 da Liga das Nações

Estádio Narodowy, em Varsóvia (Polónia)

Árbitro: Serdar Gözübüyük (Países Baixos)

Polónia: Lukasz Skorupski; Sebastian Walukiewicz (Jakub Kiwior, 46’), Jan Bednarek, Pawel Dawidowski; Przemyslaw Frankowski, Sebastian Szymanski (Krzysztof Piatek, 84’), Max Oyedele (Jakub Moder, 66’), Piotr Zielinski, Nicola Zalewski (Michael Ameyaw, 76’); Karol Swiderski (Kacper Urbanski, 76’) e Robert Lewandowski

Suplentes não utilizados: Marcin Bulka, Bartosz Mrozek; Kamil Piatkowski, Jakub Piotrowski, Jakub Kaminski, Bartosz Kaputska e Bartosz Bereszynski

Treinador: Michal Probierz

Portugal: Diogo Costa; Diogo Dalot, Rúben Dias, Renato Veiga, Nuno Mendes; Rúben Neves, Bruno Fernandes (Otávio, 90+1’), Bernardo Silva (Samu Costa (90+1’); Pedro Neto (Nélson Semedo, 81’), Rafael Leão (Francisco Trincão, 63’) e Cristiano Ronaldo (Diogo Jota, 63’)

Suplentes não utilizados: Ricardo Velho, Rui Silva; António Silva, João Félix, João Neves, João Cancelo e Vitinha

Treinador: Roberto Martínez

Golos: Bernardo Silva (26’), Cristiano Ronaldo (37’), Zielinski (78’) e Bednarek (ag, 88’)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Pedro Neto (32’), Walukiewicz (45+1’), Frankowski (51’), Piatek (88’) e Skorupski (88’)

“Acho que a Polónia é uma equipa que corre riscos e gosta de ter muitos jogadores nas duas áreas. O treinador tem uma ideia clara para otimizar o talento individual dos seus jogadores. Têm uma mistura de jogadores jovens com jogadores mais experientes, como o Zielinski e o Lewandowski. Jogam em casa e para nós é um desafio jogar em Varsóvia e lutar para ganhar o jogo. A Polónia gosta dos seus adeptos, do ambiente que tem no estádio e será um desafio por dois motivos: vamos jogar dois jogos consecutivos fora de casa e a Polónia arrisca. É um desafio tático interessante”, assumiu Roberto Martínez na conferência de imprensa de antevisão ao encontro deste sábado.

Tal como o treinador espanhol também sublinhou, do outro lado estava uma formação que não perdia em casa há mais de dois anos, o que espelhava ainda mais a dificuldade desta tarefa. Treinada por Michal Probierz, a Polónia tem apresentado uma linha defensiva com três centrais e, com uma referência ofensiva como Lewandowki, os estragos podiam ser grandes, como assumiu o selecionador na conferência de imprensa antes da partida.

“Portugal tem jogadores que começaram a ser construídos bem cedo nas camadas jovens. Jogadores que sabem ter a bola e que podem mudar um jogo a qualquer momento. Nós temos o Robert Lewandowski, que é um dos melhores jogadores do mundo. Eles têm muitos Robert Lewandowskis. Pretendemos ser agressivos contra Portugal e vamos tentar demonstrar que também sabemos jogar. Se estivermos num dia bom, tudo pode acontecer. Queremos estar num dia bom e proporcionar um mau dia ao nosso adversário”, partilhou Probierz.

Com o tecto retrátil do Estáido Narodowy fechado, o que fez subir ligeiramente a temperatura, Martínez voltou a surpreender e lançou Renato Veiga de início, estreando o jovem central com a camisola da Seleção principal. No lado polaco não houve surpresas, com Oyedele também a estrear-se. Os primeiros minutos trouxeram uma Polónia mais perigosa e um Portugal a atuar com defesas, com Diogo Dalot a juntar-se aos centrais e Pedro Neto a fazer a ala direita. A partir daí, a Seleção conseguiu responder e, na primeira ocasião que teve, Dalot atirou de longe para defesa apertada de Skorupski (9′). No lance seguinte, Ronaldo apareceu sozinho na pequena-área, tentou picar a bola, mas acertou em cheio na trave (11′).

A equipa das quinas continuou a tentar aproveitar ao máximo o espaço concedido pelo lado esquerdo polaco e, na sequência de um livre, Rúben Neves apareceu sozinho ao segundo poste, mas não conseguiu visar a baliza (13′). Pouco depois, Neto rompeu pela direita, ultrapassou a defesa e fez o passe atrasado para Bruno Fernandes que, na zona da meia-lua, atirou cruzado para uma grande intervenção de Skorupski (14′). A tendência manteve-se e, ainda antes da meia-hora, Rúben Neves colocou a bola na área, Bruno Fernandes, de costas para a baliza, amorteceu de cabeça para Bernardo Silva inaugurar o marcador numa grande jogada coletiva (26′).

Apesar da vantagem, a Seleção Nacional continuou a empurrar a equipa polaca para junto da sua baliza e acabou por dilatar a vantagem antes do intervalo. Rafael Leão arrancou em direção à baliza polaca, entrou na área, rematou cruzado ao poste e, na recarga, Ronaldo fez o golo, o 906.º da carreira e o 133.º com a camisola das quinas (37′). Até ao intervalo, Bruno Fernandes ainda tentou o golo de livre, em zona frontal, mas o remate saiu ligeiramente ao lado do poste direito da baliza polaca (45+3′). Assim, Portugal regressou ao balneário em vantagem, depois de uma primeira metade quase perfeita, em que só faltou mesmo o golo no primeiro remate de Cristiano.

Na etapa complementar, Probierz retirou o amarelado Walukiewicz e colocou Kiwior, mas a Seleção portuguesa continuou a dominar o encontro. Inevitavelmente, o terceiro golo ficou bastante perto de aparecer, só que, após passe de Ronaldo, Bruno Fernandes atirou por cima em zona perigosa (54′). Contudo, no lance seguinte, Diogo Costa por pouco não cometeu uma fífia, ao sair tarde da baliza a um cruzamento de Frankowski, valendo o disparo ao lado de Lewandowski (55′). Pouco depois, Leão voltou a fazer das suas, correu mais de 60 metros com a bola e deixou para o médio do Manchester United, que viu Skorupski voltar a aparecer (60′).

A partir daí, o jogo português entrou em ritmo de gestão, com Martínez a lançar Diogo Jota e Francisco Trincão nos lugares de Ronaldo e Leão, mas a partida saiu do controlo na ponta final, depois de Zielinski ter reduzido a desvantagem num lance confuso dentro da área nacional (78′). Contudo, a fechar as contas, Nuno Mendes teve espaço na esquerda, aproximou-se da área, tentou o cruzamento, mas Bednarek, ao tentar cortar a bola, atirou para a própria baliza (88′). Até ao apito final, Samu Costa ainda teve tempo para se estrear ao serviço da Seleção, mas o resultado não sofreu alterações e coloca Portugal a apenas um triunfo dos quartos de final. A próxima partida acontece na terça-feira, na Escócia.





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