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os 6 casos contra o Benfica que foram arquivados (e um do Sporting) – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Out 16, 2024

A investigação feita pelo Ministério Público apurou que José Luís Moça foi de Mirandela até Lisboa a 4 de abril de 2018, três dias antes do V. Setúbal-Benfica, tendo estado cerca de meia hora no Estádio da Luz. Dali saiu para a zona da Gare do Oriente, onde tinha sugerido jantar com o jogador Nuno Pinto, que na altura jogava nos sadinos, num restaurante “recatado”.

No dia seguinte, um chat que Moça tinha com Luís Filipe Vieira no Telegram foi desativado. Entre 22 de abril e 4 de maio, Nuno Pinto enviou várias mensagens a Moça, sendo que nunca delas dizia: “A informação passada pelo Boss foi que ias entregar hoje, que já tinhas as coisas contigo e ias entregar antes do jogo… Os jogadores estão a contar e as pessoas estão à tua espera”. A essas suspeitas acresciam também os indícios de viciação ao jogador Luís Felipe.

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No final, o Ministério Público considerou que havia uma implicação entre Nuno Pinto e José Luís Moça na atribuição de vantagem, mas não conseguiu encontrar “indícios evidentes” para ligar isso a Luís Filipe Vieira e Paulo Gonçalves. Ou seja, chegou-se à conclusão de que todos os contactos feitos, alguns feitos de forma secreta, levantavam a suspeita mas não eram suficientes para promover uma acusação contra a Benfica SAD por não haver indícios de que Moça estivesse mandatado pelos encarnados para concretizar qualquer tipo de aliciamento de jogadores adversários.

Durante a investigação, o Ministério Público percebeu que as negociações entre Nacional e Benfica pelos direitos de formação do jogador Aires Sousa, no valor de 138.001,14 euros, foram feitas apenas pelos líderes dos dois clubes, Rui Alves e Luís Filipe Vieira.

No entanto, e segundo o presidente dos insulares, Vieira terá solicitado que fosse colocado no contrato a intervenção da Positionumber, agência de Luís Miguel Pinho, em representação dos encarnados. Três meses depois foi feito o pagamento de uma fatura de 25.000 euros mais 5.750 de IVA, exatamente dois dias antes do jogo entre Marítimo e Benfica para o Campeonato de 2015/16.

O MP recolheu ainda indícios de que alguém ligado ao Benfica teria proposto a Luís Miguel Pinho e Miguel Pinho, filho e também agente de jogadores de futebol, que pudessem abordar jogadores de equipas que iam defrontar os encarnados para “facilitarem” um triunfo da equipa da Luz.

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Assim, foi confirmado que Miguel Pinho ligou a Edgar Costa, jogador do Marítimo, para propor um encontro no sentido de apresentar “uma proposta contratual ao nível profissional”.

Edgar Costa dirigiu-se ao Pestana Casino Park, tendo existido um encontro no hall de entrada antes da subida a um quarto no terceiro andar, onde estava Luís Miguel Pinho. Aí, os dois agentes teriam oferecido em nome da Benfica SAD um montante de 30.000 euros para ter uma prestação contrária à equipa, “bastando jogar mal e não rematar à baliza”, recebendo depois a promessa de um novo contrato com melhor remuneração num outro clube. O jogador da formação insular recusou de imediato essa oferta.

A investigação, que analisou também as contas bancárias dos suspeitos, não recolheu os indícios suficientes para ligar a abordagem dos agentes a um pedido do Benfica.

Durante a investigação, a presença da Porfute de Paulo Gonçalves na chegada do avançado Jhonder Cádiz ao Benfica foi um dos pontos mais noticiados na comunicação social. Ao Observador, o antigo assessor jurídico da Benfica SAD recusou o cenário de ter recebido uma comissão acima da que tinha sido definida (10%). “Toda esta operação é legal e a minha empresa pagou todos os impostos que a lei impõe. O jogador era da Sanjoanense mas o V. Setúbal tinha direitos, o direito de usufruir dos direitos desportivos do atleta por duas épocas e o direito a 40% de uma futura transferência. Recebi 250 mil euros mais IVA do V. Setúbal. Foi esse o valor que acordei contratualmente: 10% do valor total da operação. Como a operação foi fechada em 2,5 milhões de euros, recebi 10% desse valor. A minha empresa emitiu a respetiva fatura e o IVA foi pago. Foi tudo feito dentro do que a lei impõe”, explicou.

No entanto, nada vem referido sobre isso no despacho de arquivamento relativo aos factos sobre o avançado venezuelano.

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Analisando todos os contratos feitos entre a Sanjoanense, clube que detinha o passe do jogador, o V. Setúbal, onde o avançado estava a jogar por empréstimo, e o Benfica, a investigação considerou que seria normal a SAD dos encarnados abordar o conjunto de São João da Madeira e não diretamente os sadinos, como veio a acontecer.

Ou seja: como a Sanjoanense tinha no contrato de cedência do jogador uma cláusula onde o V. Setúbal teria direito a 40% de uma venda a um terceiro clube, tendo de aceitar qualquer proposta que fosse superior a 1,5 milhões de euros, levanta dúvidas o porquê do pagamento de 1,25 milhões à Sanjoanense e 1,25 milhões ao V. Setúbal. No entanto, havendo uma letra do contrato feita a 7 de maio de 2019 que comporta uma interpretação mais extensiva, o MP considerou não existirem indícios suficientes e evidentes de que essas negociações seriam para injetar de forma injustificada verbas da Benfica SAD na sociedade dos sadinos.

O MP recolheu ainda indícios de uma alegada viciação de resultado em relação ao encontro entre Boavista e Benfica a contar para o Campeonato de 2015/16, que terminou com a vitória dos encarnados com um golo de Jonas no quarto minuto dos descontos.

Esses indícios diziam respeito a uma alegada troca de mensagens entre o agente César Boaventura e o então presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, onde o empresário abordava Carlos Santos e o jogador respondia que estava “tudo tratado”.





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