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“Não é seguro que a RTP não entre no vermelho com um corte de sete milhões por ano” – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Out 16, 2024

(Em atualização)

A RTP “não é, neste momento, uma empresa que cause problemas ou preocupações ao Estado”. Mas pode vir a ser. A opinião é do presidente da RTP, Nicolau Santos, que alertou esta quarta-feira, no parlamento, para os possíveis riscos do fim da publicidade nos canais do Estado, uma medida anunciada pelo Governo na semana passada no âmbito do plano para os media.

“Há 14 anos que não tem prejuízos”, começou por destacar Nicolau Santos. Mas “não é seguro que a RTP não entre no vermelho com um corte de sete milhões por ano”, declarou, numa referência ao valor estimado que a RTP vai perder com o fim gradual da publicidade, que deverá começar em 2025, com uma redução de dois minutos por hora, terminando em 2027 com o fim total.

Quanto valem seis minutos (de publicidade) nas contas da RTP?

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“Houve três grupos de media com resultados positivos no ano passado, provavelmente para o ano talvez só haja dois porque a RTP entrará no vermelho” insistiu Nicolau Santos. O presidente da RTP espera voltar a encontrar-se “em breve” com o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, “para debater alternativas ao financiamento”, que para Nicolau Santos poderia passar, por exemplo, por uma indemnização compensatória para rubricas específicas como a RTP África, “como a BBC faz para a Commonwealth”.

Nicolau Santos rejeitou ainda a ideia de que com o corte da publicidade na RTP, essas receitas vão transferir-se para os grupos privados de media. “Não é essa a experiência internacional. A transferência tem sido para as grandes plataformas internacionais. Há 15 anos as receitas totais de publicidade eram de 375 milhões, hoje o valor é de 200 milhões. É um drama que não será resolvido se a RTP deixar de ter publicidade, os privados não irão resolver o seu problema”.

O presidente da RTP confessou que a empresa tem “inúmeras áreas que não são rentáveis” e que são desenvolvidas “porque recebemos dinheiro dos portugueses para cumprir com o contrato de serviço publico”. Com o corte previsto “se calhar vamos ter de cumprir de forma mais reduzida. Não é possível continuar a fazer a mesma coisa se tivermos menos dinheiro”.





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