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“Se André Ventura não mostra as provas, está a mentir” – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Out 16, 2024

O deputado da Iniciativa Liberal e vice-presidente da Assembleia da República, Rodrigo Saraiva, volta a desafiar André Ventura a mostrar as provas que diz ter sobre a proposta de um acordo feito por Luís Montenegro para o Chega integrar o Governo. Para os liberais, “sem provas, a mentira está do lado de Ventura”, embora também diga que Montenegro “poderia ter sido mais taxativo”.

Já quanto ao Orçamento do Estado, Rodrigo Saraiva diz que seria uma “quadratura do circulo praticamente impossível” ter um documento viabilizado pelo PS e pela Iniciativa Liberal, repetindo o mantra de que “um orçamento socialista, não vira liberal”.

Já quanto à postura do Partido Socialista, o deputado liberal diz que Pedro Nuno Santos vai ter dificuldade em “argumentar” um voto contra o orçamento depois de o Governo ter feito um esforço de aproximação às linhas vermelhas definidas pelos socialistas.

[Ouça aqui o Sofá do Parlamento com Rodrigo Saraiva]

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Rodrigo Saraiva: “Medina e Sarmento parecem gémeos separados à nascença”

A Iniciativa Liberal (IL) já disse que não vai votar a favor do Orçamento do Estado. É possível que viabilizem na generalidade, para tentar depois implementar mudanças, ou já não há salvação possível?
Vamos sempre acreditar que há salvação, mas sim, o voto a favor está completamente fora de questão, até por uma questão de coerência. Este orçamento não se distingue dos orçamentos dos últimos governos do PS, que votámos contra. Este orçamento é igual e tem até as exigências às quais Governo deu resposta para se aproximar do PS. Se achávamos que era um orçamento que vinha sem ambição, para além disso, tornou-se socialista. Como já dissemos no passado: um orçamento socialista, não vira liberal. O voto, nesta primeira fase, se é abstenção ou se é contra, é uma questão que ainda vamos debater. Vai haver, neste fim de semana, Conselho Nacional do partido, as pessoas vão dar a sua opinião e na próxima semana o grupo parlamentar reúne para que depois possamos tomar a decisão de qual será o sentido de voto final da votação na generalidade.

Mesmo com a condicionante desta negociação entre o Governo e o PS esperavam que Luís Montenegro e Miranda Sarmento conseguissem colocar mais ambição na proposta?
Foi sempre o que nós desejámos, que houvesse mais ambição para fazer acontecer a vontade dos portugueses nas últimas eleições, que foi que existisse uma mudança, uma rotura com a estagnação a que os governos do PS condenaram o país, não só destes últimos oito anos, mas nos últimos 20 em 27 anos. Era preciso mudar e ter a ambição para pôr Portugal a crescer, até porque havia um programa eleitoral que tinha esse gancho e, portanto, era expectável que esta proposta de orçamento, apesar de o Programa de Governo já ter perdido um pouco da ambição do programa eleitoral, desejávamos que viesse com mais vontade de mudar. Mas quando o Governo começou a partilhar alguma informação e os dados da carga fiscal e do crescimento económico esse desejo começou a esboroar-se.

Ainda assim, também porque a IL foi conversando com o Governo com alguma proximidade, a ideia que receberam é que se o Orçamento não estivesse tão dependente de um voto a favor do PS, podia ter sido diferente?
Com seriedade, qualquer pessoa consegue reconhecer que um Governo, ao apresentar uma proposta na Assembleia da República, e neste caso uma proposta orçamental, tem que ter como uma das variáveis de decisão e do desenvolvimento da sua proposta, a aritmética parlamentar. Rui Rocha tem dito isso: é legítimo que o Governo tenha optado por tentar uma aproximação ao PS para ter um orçamento viabilizado. O primeiro-ministro, ao início, tinha uma espécie de uma vontade de conseguir ter no quadro da viabilização do orçamento o Partido Socialista e a Iniciativa Liberal, mas isso era tentar uma quadratura do círculo quase impossível. Portanto, se é legítimo que ele se tente aproximar para ter a viabilização do PS, também acho que deveria perceber que estaria a afastar a IL desse quadro da viabilização. Tentar ter o o PS e a IL no mesmo barco está no campo da impossibilidade.

Ainda assim, este é um orçamento mais Fernando Medina ou mais Miranda Sarmento? Há aqui alguma evolução ou não?
Parece que é uma proposta de orçamento Medina-Sarmento. É sim, uma espécie de Dupont e Dupont, de uns gémeos separados à nascença que se reencontraram agora na proposta de orçamento de Estado.





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