A segunda maior economia do mundo cresce 4,6% no terceiro trimestre, num contexto de fraca procura dos consumidores e problemas imobiliários.
A economia da China desacelerou no terceiro trimestre, crescendo ao ritmo mais lento em um ano e meio, segundo dados do governo.
A segunda maior economia do mundo cresceu 4,6% em termos anuais no período de julho a setembro, informou o Departamento Nacional de Estatísticas da China na sexta-feira, em comparação com uma expansão de 4,7% no trimestre anterior.
O número foi o desempenho mais fraco desde o início de 2023, quando a China emergia de restrições pandémicas ultra-rígidas de “COVID zero”.
“De um modo geral, a economia nacional manteve-se estável, com progresso constante nos primeiros três trimestres, e os efeitos das políticas continuaram a manifestar-se, com os principais indicadores a mostrarem mudanças positivas recentemente”, afirmou o Gabinete Nacional de Estatísticas num comunicado.
“No entanto, devemos estar cientes de que o ambiente externo é cada vez mais complicado e severo e que a base para uma recuperação económica e um crescimento sólidos ainda precisa de ser reforçada.”
Pequim anunciou nas últimas semanas uma série de medidas para sacudir a economia, que tem sido prejudicada pela fraca confiança dos consumidores e por uma queda prolongada no mercado imobiliário, incluindo a redução das taxas hipotecárias e a concessão de maior margem de manobra aos bancos para conceder empréstimos.
As medidas políticas, no entanto, não conseguiram impressionar os investidores e analistas de mercado, que sublinharam a necessidade de grandes estímulos para impulsionar o crescimento.
Pequim estabeleceu uma meta de crescimento para 2024 de cerca de 5%, que os analistas de mercado acreditam ser improvável que seja alcançada sem grandes estímulos.
A economia da China cresceu em média 4,8% durante os primeiros três trimestres do ano, o que significa que teria de crescer muito acima dos 5% no último trimestre para atingir a sua meta.