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O depoimento de Salgado, Ricciardi ao ataque e “que se lixem os lesados”. A primeira semana do julgamento do caso BES em seis momentos – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Out 18, 2024


Num processo onde serão julgados mais de 300 crimes, estão ainda envolvidas três empresas: a Rioforte, a ESI e a Eurofin, cujos representantes marcam presença logo na primeira sessão. Entre as principais acusações estão os crimes de associação criminosa, burla qualificada, manipulação de mercado, branqueamento de capitais, falsificação de documentos, corrupção passiva no setor privado e corrupção ativa no setor privado.

Ricardo Salgado é o arguido que irá responder pelo maior número de crimes (62).

José Maria Ricciardi revelou que as suas desconfianças em relação ao “big boss” do BES não foram bem recebidas. “O dr. Ricardo Salgado começou a tomar-me de ponta.”

TERESA DIAS COSTA/OBSERVADOR

É uma quezília entre primos que acabaria por ter profundas implicações num dos maiores bancos do país. No terceiro e quarto dias de julgamento, José Maria Ricciardi — que já no tempo em que ambos eram meros “vogais” do conselho superior do GES questionava a autoridade do primo Ricardo Salgado — , faz mira ao antigo homem forte do grupo.

Em tribunal, Ricciardi diz que a relação com o ex-banqueiro ficou fragilizada quando, numa reunião do conselho superior, perguntou se o conselho servia para discutir estratégias e tomar decisões ou apenas para ouvir o que já tinha sido decidido por aquele que o Ministério Público diz ter sido o “big boss” do BES.

Durante o depoimento, Ricciardi pinta a imagem de um homem controlador e que monopolizava o seu império. “O dr. Salgado fazia tudo o que lhe apetecia e sobrava-lhe tempo. Nós não sabíamos o que acontecia”.

Mas se a relação já era tensa, foi a partir de dezembro de 2013 que tudo piorou: José Maria Ricciardi conta em tribunal que percebeu que as contas do BES tinham sido falsificadas e pediu uma auditoria para apurar responsabilidades. Nada foi feito porque, diz, o primo controlava tudo e tornava impossíveis quaisquer consequências.

Revela então que, só mais tarde, em maio de 2014, teve acesso a um documento que, garante em tribunal, provava que as contas tinham sido falsificadas a mando de Ricardo Salgado. A denúncia fora feita por Machado da Cruz, contabilista do grupo, numa conversa com o advogado. Ricciardi não revela contudo quem era a “fonte anónima” que lhe fez chegar a transcrição dessa conversa





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