O Conselho de Segurança da ONU está a tentar reprimir os níveis crescentes de violência de gangues no Haiti, estendendo o embargo às armas.
O Conselho de Segurança da ONU votou por unanimidade pela expansão do embargo de armas ao Haiti devido a graves preocupações com os níveis extremamente elevados de violência dos gangues.
O embargo se estenderá a todos os tipos de armas e munições no país caribenho, que enfrenta múltiplos desafios.
A resolução autoriza os 193 países membros da ONU a tomar “medidas apropriadas para prevenir o tráfico ilícito e o desvio de armas e material relacionado no Haiti”.
A resolução também estende a proibição de viagens e o congelamento de bens a membros de gangues e criminosos em sua lista negra.
O Haiti enfrentou anos de instabilidade, mas a situação piorou desde o assassinato do Presidente Jovenel Moise, em julho de 2021. Criou um vácuo de poder que aumentou a influência de gangues armadas. Estima-se que controlam agora até 80% da capital, Porto Príncipe.
Significa um fluxo descontrolado de armas ilícitas para o país. O aumento resultante de violações, assassinatos e raptos levou a um aumento de grupos de vigilantes civis.
Fonte de armas dos “espantalhos” dos EUA
Robert Muggah, autor de um relatório da ONU sobre o tráfico de armas e drogas no Haiti e fundador do think tank com sede no Brasil, o Instituto Igarape, conversou com Jillian Kestler-D’Amours da Al Jazeera no início deste ano.
Ele estimou que a maior fonte de armas de fogo e munições ilegais são os Estados Unidos
“Pouco mais de 50% deles eram revólveres e cerca de 37% consistiam em rifles”, disse ele à Al Jazeera.
Muitas vezes, as armas dos EUA com destino ao Haiti são compradas por “espantalhos” – pessoas que compram a revendedores licenciados, mas escondem que são para outra pessoa.
A resolução da ONU adoptada na sexta-feira também encorajou o governo haitiano a reforçar as suas fronteiras para impedir o tráfico ilícito.
O Conselho de Segurança também votou no início de Outubro a favor da prorrogação do mandato da força multinacional liderada pelo Quénia que tenta ajudar a Polícia Nacional do Haiti a combater os bandos.