Além disso, protagonizou quezílias muito públicas com alguns elementos do plantel, com Paul Pogba a ser o elemento paradigmático, e nunca teve uma relação saudável com Ed Woodward, então todo-poderoso vice-presidente do Manchester United. Grande parte do desconforto de José Mourinho no interior do clube, porém, não estava relacionado com o mercado de transferências, as reações dos adeptos nas bancadas ou a falta de atitude da equipa – mas sim com as condições, ou falta delas, tanto em Carrington como em Old Trafford.
Pogba, Woodward e um balneário sem norte. Quem é que Mourinho ainda tinha do seu lado?
Em entrevista ao jornal Mirror, enquanto ainda era treinador dos red devils, o português explicou que teve de se encarregar pessoalmente de várias transformações que aconteceram no centro de treinos do clube. “Tivemos um trabalho extra porque não existia planeamento, tivemos de ser nós a fazer o planeamento. Construímos dois campos como o de Old Trafford, com as mesmas dimensões e a mesma relva”, começou por dizer, elencando alguns elementos básicos que não existiam.
“Construímos outros dois campos com uma relva específica que é muito usada em Inglaterra, devido ao tempo, é uma mistura de uma percentagem baixa de sintético com relva natural. Existem muitos campos da Premier League com essa relva. Temos um campo específico para os guarda-redes. Construímos as redes e as cercas, para as bolas não irem para longe. As luzes também foram importantes, porque os campos não tinham luz e a partir das 15h, no inverno, era impossível trabalhar. Tentámos melhorar e modernizar as condições de trabalho. Um clube pode ser gigante, como este é, mas se o investimento pára durante uns anos torna-se complicado”, acrescentou Mourinho.