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a guerra inevitável ou um novo pântano? – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Set 20, 2024


Não fossem estes últimos desenvolvimentos e dir-se-ia uma manhã como tantas outras, pois todos os dias são atirados rockets contra o norte de Israel, todos os dias há aviões israelitas em missões no sul do Líbano ou em Gaza, ou então notícias de progressos ou reveses do exército neste enclave. É assim há muitos meses, nenhuma destas notícia, e agora a ameaça da abertura de uma nova frente na guerra parece capaz de distrair os que correm ou passeiam na longa e ampla marginal de Tel-Aviv, como na véspera à noite não terão perturbado os muitos milhares que enchiam as inúmeras esplanadas na cidade.

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Contudo, agora pode ser diferente. Nos últimos dias multiplicaram-se os sinais de que Israel pode estar a preparar uma invasão do sul do Líbano, seja ela uma invasão preemptiva, para evitar mais ataques do Hezbollah, surja ela como reacção a um ataque da milícia xiita, até como retaliação pelo que acaba de lhe acontecer. Talvez também por isso são limitados os festejos por uma operação que, mesmo não reivindicada por Israel, poucos duvidam que terá sido obra do seu serviço secreto, a Mossad, uma operação tão extraordinária e aparentemente tão eficaz que supera mesmo a imaginação.


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A reacção do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, não ficou longe do que se esperaria – acusou Israel de levar a cabo um massacre e “ultrapassar todas as linhas vermelhas”, admitiu que foi “um golpe muito duro” e prometeu retaliação. Mais ou menos à mesma hora, a aviação israelita realizava uma das suas maiores operações no sul do Líbano.

“Não temos alternativa senão entrar no Líbano, e quanto mais depressa melhor”, diz ao Observador Amir Aviv, brigadeiro general na reserva, fundador de um think-tank dedicado à defesa e segurança e claramente um “falcão”.

“Irmos para o Líbano sem antes resolvermos Gaza significaria que as hipóteses de uma solução política desapareceriam, se o fizermos ficaremos presos em dois pântanos”, havia defendido horas antes Israel Ziv, major general também na reserva e antigo chefe de operações do IDF, o exército israelita.

“Uma guerra no Líbano pode desferir um golpe mortal, terminal em Israel: se o IDF não conseguiu destruir o Hamas certamente que não conseguirá destruir o Hezbollah, que é centenas de vezes mais poderoso do que o Hamas”, escrevia no Haaretz (diário ligado à esquerda israelita), Itzhak Brik, também ele major general, herói da guerra do Yom Kippur, antigo provedor do soldado no IDF e um forte crítico das opções militares do país.





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