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A Mariana quer?, dá-se-lhe – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Nov 7, 2024

Celebrou-se a 17 de Outubro. Na terça-feira seguinte, dia 22, foram discutidos na Assembleia Municipal de Lisboa dois Votos de Saudação pelo Dia Mundial para a Erradicação da Pobreza, um apresentado (como de costume) pelo MPT, outro pelo CDS. Caíram em cima da consternação nacional pelos tumultos na Área Metropolitana de Lisboa, quando o país inteiro se viu forçado a olhar para os bairros pobres e para os problemas de segurança nesses bairros.

O primeiro comentário vai para o pouco que se fala e discute oficialmente sobre a pobreza, um dos problemas mais graves, persistentes, e desatendidos, sobretudo numa economia fraca que torna impraticável a progressão no estatuto social. Faz agora um ano que a pobreza havia sido discutida pela última vez na Assembleia Municipal, também com base num documento apresentado por José Inácio Faria, do MPT. É a direita quem verdadeiramente estuda e se preocupa com a pobreza. Se não fosse o MPT, suspeito que nem uma vez por ano a pobreza mereceria a atenção dos eleitos em Lisboa.

Os dados continuam desoladores. Segundo o Eurostat, e com números referentes a 2023, Portugal é o 13º país da UE com a maior taxa de risco de pobreza e exclusão social. Esta taxa, no valor de 20,1%, mantém-se face a 2022, mas com o aumento efectivo de 20 mil pessoas. Ao todo, mais de 2 milhões de habitantes em Portugal continuam a viver nesta situação de vulnerabilidade. Pior, cerca de 12% da população empregada vive com rendimentos abaixo do limiar da pobreza; em Portugal, ter emprego não garante que se consiga escapar à pobreza.

Estas pessoas, ou grande parte destas pessoas pobres, vivem nos bairros como o Zambujal e a Cova da Moura, a Quinta do Cabrinha e a Quinta do Loureiro, o Bairro da Boavista, o do Bom Pastor, o da Liberdade, o Portugal Novo e muitos outros bairros pobres da Área Metropolitana de Lisboa. Os tais bairros onde Mariana Mortágua diz que “o Estado só entra de shotgun e capuz”.

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Foi o que ela declarou na Assembleia da República e, como de costume, Mariana Mortágua mente ou não sabe do que está a falar.

O Estado entra nos bairros pobres de todas as maneiras. Aquelas pessoas têm saúde gratuita; educação gratuita, com programas especiais; transportes gratuitos ou fortemente subsidiados; serviços sociais reforçados; e a maior parte delas vive em casas de habitação pública onde não paga renda ou paga uma renda simbólica.

É preciso dizer isto porque Mariana Mortágua é sistematicamente mentirosa, manipuladora, manda no que se diz nos jornais, nas televisões, e nas universidades, e à dra. Mariana Mortágua ninguém faz fact-checking. Ninguém no debate público põe em dúvida as acusações que ela emite, e ninguém se ocupa de verificar se elas são verdade ou não.

A verdade é que o Estado entra naqueles bairros de todas as maneiras excepto através da polícia, porque Mariana Mortágua não deixa. E também por esse motivo, o Estado não cumpre a sua obrigação de garantir a segurança para as pessoas mais pobres: naqueles bairros, mandam os criminosos em vez da polícia.

É certo que a polícia deve ser reconhecida como autoridade, e não como repressão. Mas a esquerda, e concretamente Mariana Mortágua, associa polícia a repressão e impede que ela seja reconhecida como autoridade. O país público e político tem com Mariana Mortágua a atitude que alguns pais quarentões têm perante o seu filhinho único, tardio, e muito desejado. Mariana é a menina mimada, inevitavelmente egoísta e malcriada, da Pátria. A Mariana quer?, dá-se-lhe.

P. S.: A doutrina woke é a maior ameaça à cultura ocidental e às democracias liberais. Sofreu a primeira derrota importante, popular, e folgada. Todos quantos na Europa reconhecemos e sentimos apreço pelas liberdades da vida civilizada devemos estar agradecidos à América e ao sr. Trump.





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